“Ainda de referir a aposta da Regeneração na área das comunicações à distância. Na alvorada do séc. XX, havia telégrafo em todos os concelhos do continente e em muitos povoados. No panorama dos países europeus, Portugal ocupava uma posição muito honrosa, detendo um quarto ou quinto lugar, quer em relação à área do território coberta peça rede telegráfica, quer em relação ao número de habitantes servidos por estações. (…)
(…) as primeiras comunicações experimentais de telefonia realizaram-se em Portugal logo em 1877, um ano depois de Bell ter registado a patente do aparelho.
No início da década de 1880 começaram os preparativos para a instalação das primeiras redes telefónicas públicas, em Lisboa e no Porto, e, em breve, Portugal seria o sexto país do mundo a ter sistema telefónico. (…)
A política fontista de transportes, comunicações e de grandes infraestruturas públicas não só se mostrou insuficiente para proceder à indispensável unificação do mercado interno e para lançar o desenvolvimento, como foi feita à custa do endividamento interno e externo, de défices orçamentais e da balança comercial, que acabaria por gerar uma situação financeira difícil e pôr o país na perspectiva de uma falência generalizada.
A verdade é que Portugal se encontrava longe de encetar um processo de industrialização e modernização económica e social semelhante ao que caracterizava os países europeus mais desenvolvidos, apresentando na viragem do século taxas de crescimento muito modestas, ao nível das mais baixas registadas na Europa.”
Isto escreve Mª Fernada Rollo no "Público" a propósito dos últimos anos da Monarquia e da transição de Portugal para o século XX. Um século depois...
Descarada aldrabice
Há 1 hora
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