segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A vida fácil e os professores a mais.

Há uns dez-quinze anos quem entrava para as Faculdades de Ciências e Letras ou para as ESE's não pensava minimamente na hipótese de acabar anos depois no desemprego. Demorámos também a apercebermo-nos que o boom de fertilidade pos vinte e cinco de abril tinha acabado. Vieram também os retornados e depois começou a emigração de africanos, brasileiros e ucranianos, moldavos...

Em 1996 trabalhei seis meses em Espanha, na Galiza. No fim da primeira semana já sabia duas coisas: a primeira era ser opinião geral por ali que as mulheres portuguesas tinham buço; a segunda era ser impressão geral de que nós - Portugal - estávamos a dar a volta por cima, bastava ver os carros...
Passaram quinze anos, quem punha então um Golf GTI em cima do passeio agora põe um BM X6. A Grande Lisboa é a região europeia com maior densidade de auto-estradas por km2. Lembro-me bem do actual PR e há 25 anos então PM inaugurar a IP4  e anunciar-nos a vida fácil que se avizinhava.

Deixámos de fazer e passámos a vender-nos uns aos outros e comprar feito, sobretudo do exterior. Mais do que uma bolha de um qualquer sector todo o país foi constituido numa grande bolha, que agora explodiu.Trata-se de todo um país afinal vestido com muito escassas roupagens.
Um país não é as suas infraestruturas como um homem não é o fato que veste. Talvez dentro desta lógica seja por isto que hoje temos tantos executivos a circular nas nossas ruas de um lado para o outro, intelectualmente nulos, fato e gravata como sinais de obediência ao superior, sim, porque há sempre um superior que pense por nós...

Temos milhares de professores a mais porque temos milhares de jovens a menos. Mas é um facto, temos milhares de professores a mais. Deselegantemente o nosso PPC PM mandou-os para o Brasil, para Angola...

Uma coisa é a verdade, algo a que os portugueses não estavam habituados. Outra coisa é Pedro Passos Coelho não estar para se dar ao trabalho de ser o Primeiro-Ministro de todos os portugueses e termos um Presidente demenciado.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Natal - que é um Feriado - manter-se-á em 2012.

Vou aqui fazer uma proposta: porque não assumirmos todos que podemos PESSOALMENTE decidir os nossos feriados? Seria definido por Lei um número fixo de feriados a que o trabalhadoer gteria direito, a comunicar ao empregador no mês anterior ao ano de vigência. O número podia ser.. seis, por exemplo, e quem tivesse um problema com o Natal - que ele há pessoas assim - no Natal trabalhava, e com ceeteza com uma produtividade acrescida pelo pouco trânsito, etc. Quem diz o Natal diz a Páscoa, o Vinte e Cinco de Abril, etc., acabaram as vacas sagradas, a cada um os seus feriados! Nada mais democrático!
Com o adicionante de podermos decretar o nosso aniversário feriado, feriado o aniversário de um (d)ente querido,a comemoração de um baptizado, de um funeral, a terça-feira de Carnaval, etc., etc.
Nada mais democrático, sem dúvida, e nada mais utópico!
Mas que nos resta senão as utopias?

As minhas opções para 2012 seriam (assumindo por ex. dez feriados...): 1/1, terça-feira Gorda, aniversário meu e da minha filha, 25 de Abril, 1 de Maio, 10 de Junho, 24 de Junho, 1 de Dezembro e o Natal.

Que tal, hein?

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Primeiro de Dezembro.

Que seja Duarte Pio a tentar fazer justiça a uma data é um desvio de forma. O Primeiro de Dezembro não é um feriado monárquico. O Primeiro de Dezembro comemora o começo da nossa história Moderna, com todo o seu atraso...

Não me lembro que História de Portugal, escrita por autor estrangeiro, começava esta em1640. Neste ano foi negada a Espanha a unidade pensinsular, firmando-se a excepção portuguesa contra o peso castelhano. Esta afirmação não tem nada de xenófobo, ninguém mais do que eu gosta de Segovia, de Burgos, de Palencia. Esta afirmação é um facto histórico, e só. Pouco depois aconteceria o Brasil e ao lado Angola, pilares - sobretudo o Brasil . na nossa história por séculos. E assim, as datas fundamentais civis portuguesas são o Dez de Junho, afirmação da nossa grandeza/sobrevivência pela comemoração da morte de um Homem, e o Primeiro de Dezembro. Datas mitificadas no século XIX, século de todos os mitos.
A um outro nível, mitos recentes, o par Vinte e Cinco de Abril e Um de Maio, datas às quais ainda devemos esforçarmo-nos por dar uma lógica, um sentido, a cada ano que passa.
Feriados  religiosos? Sexta-Feira Santa, Dia de Natal. e só. Domingo de Páscoa é domingo... Com o primeiro dia do ano, totalizamos sete feriados sete. E prontos, vamos lá ao trabalho.

Manuel Monteiro.

É Pedro Passos Coelho o Manuel Monteiro de Miguel Relvas? Sinceramente, espero que não!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Governo dos mercados.

Na Europa há já dois governos não eleitos após eleições democráticas: são o governo grego e o governo italiano. Quem os elegeu? Os mercados, devidamente sufragados a posteriori por parlamentos em pânico perante a perspectiva de não haver com que pagar os salárioss do fim do mês.

Hoje os spreads da dívida espanhola subiram para além dos 6%. Há eleições ao virar da esquina. Isto chama-se os mercados a condicionar um processo democrático.
Entre uma ETA suspensa, um desemprego superior a 20% e tamanho spread, os espanhóis vão obedecer e votar em Rajoy.

Portanto, já não há um governo de esquerda na zona Euro. Os mercados decidiram que a política europeia vai passar a ser unicolor.


Pode não parecer à primeira vista mas a democracia na Europa está em perigo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O verbo...

A "abstenção violenta" de António José Seguro nasce do verbo "violentar", suponho.

Onde o passivo, pergunto eu...

Wake up!

E isto é apenas legalizar o que já é prática comum em muitos escritórios, oficinas, empresas, isto é, o horário completamente discricionário aplicado coercivamente ao trabalhador sob pena de despedimento.

Suponho que a partir daqui outro dos organismos a extinguir venha a ser a Inspecção Geral do Trabalho...

Eu bem não queria...

concordar com o Daniel Oliveira. Mas calha que concordo. E há que dizê-lo, sendo esta tão infrequente.
Dias Loureiro, Armando Vara, Fernando Gomes, Pina Moura, Ferreira do Amaral.
Os ordenados de cinco anos destes obscensos imbecis ascenderão/iam a quinze milhões de euros. Não sei se coisas assim foram discutidas com a troyka. Acresce a falta de vergonha de Pina Moura ao sair do Ministério da Economia ir para a Iberdrola, de Ferreira do Amaral a sair das Obras Públicas para a Lusoponte, de Jorge Coelho a saltar do Equipamento para a Mota-Engil...

Dá vontade de emigrar.

PS.: o caso de António Vitorino é outro...

P.S.2: estar Duarte Lima na situação em que está nasceu da convicção própria, presumo, de que no Brasil assassino não é perseguido. Enganou-se. O número cinco milhões não me sai da cabeça.
No que diz respeito a políticos corruptos, já "dançaram" cinco ministros do governo Dilma Roueff. Não tenho mais nada a acrescentar, Isaltino...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Amor por Portugal

Perante o Orçamento de Estado 2012 o que me parece que nele falta é... Amor por Portugal.

Haverá vida depois do corte?

O Orçamento de Estado de 2012 é o Orçamento do Corte. Haverá um antes e um depois deste Orçamento.
E, famintos, desesperados, os nossos olhos já se voltam para 2014 - até com a secreta esperança de o alguém do costume começar a preparar eleições aligeirando o corte...
Mas não. Os centros de decisão chamam-se e vão continuar a chamar-se Berlim e Beijing (onde está o dinheiro), Atenas e Roma (onde estão os que mais precisam do dinheiro).

Portanto, dêmos o corte como tido e assumido. Se podia ter sido diferente? Provavelmente podia, assim tivéssemos por ex., votado diferente nas penúltimas eleições. Ele há medicamentos cuja janela terapêutica é curta: ora a dose é insuficiente, ora a dose já é muito demais, porque tóxica. Portugal falhou a sua janela terapêutica e, agora, não há muito a fazer. Tudo vai ser vendido, rapidamente e mal. Mas ninguém compra o Aeroporto de Beja, ou a CREP, ou a Auto-Estrada Mira-Figueira-Leiria. E precisamos de muito turismo, mas fecha-se a Linha do Vouga. Tirou-se o comboio à Trofa para não lhe devolver Metro. Voltamos à miragem do petróleo e das minas, miragem cíclica em Portugal  - quantas vezes já se falou antes do ferro de Moncorvo, uma das razões invocadas nos anos oitenta (que bom ter memória...) para navegabilizar o Douro?
É o PSD o partido português por excelência - um partido e um país hoje por hoje de ideologia quase-zero - e, esperemos, enquanto espelho de um país deve estar a sofrer por aquilo que está a infligir ao país que o inventou. Por isso falou Cavaco Silva do corte dos subsídios, a sua escola económica não é a de Vitor Gaspar. A Vitor Gaspar a palavra "público" queima-lhe a língua, o palato, a garganta. Vitor Gaspar quer fazer de nós uma espécie de Eslováquia com Algarve e mar. Portanto com escassa protecção social, fáceis despedimentos, saúde pública periclitante. Tem o problema de metade da população trabalhadora ainda não ter mais do que o sexto ano de escolaridade, logo como produzir mais? O modelo deixa então de ser a Eslováquia e começa a ter algumas cores Filipinas...

É fácil dizer que Cavaco Silva tem culpas no cartório. Talvez a história económica peça uma observação mais atenta destas coisas. Quando Cavaco Silva chegou ao poder o Portugal Privado estava pouco mais do que recém-criado, ou recém-voltado do Brasil. Lembro-me de Cavaco Silva a inaugurar... a IP-4 até Vila Real. Já muita água desde então correu debaixo das pontes. Portugal precisou de muito empurrão público para se reacender, e os privados agradeceram a boleia, oh se agradeceram. Por isso no que aos dinheiros portugueses diz respeito os Bancos e o Estado parecem como aqueles irmãos siameses, que não há como separar... O Estado alavancou os bancos e os bancos alavancaram o estado. Sucede que ninguém avisou que, em algum momento, a coisa era para parar. Que já havia Auto-Estradas que chegue. Que o Euro-2004 era uma tolice saloia. E que um pais não consegue sobreviver eternamente construindo e consumindo-se a si próprio mas sem aparelho produtivo que preste. Adeus agricultura, pescas, indústria. Viva o Continente.
Querem os maiores culpados? É simples! António Guterres, José Manuel Durão Barroso e José Sócrates. Sendo este último um caso de polícia ou de internamento psiquiátrico por inimputabilidade, uma coisa ou outra....

Merkozy

Temos então no governo desta Europa em que afinal estamos um senhor hermafrodita que dá pelo nome de Merkozy.
Caracteriza-se sobretudo por uma enorme miopia, bem como um cerrado sotaque. Oferece-se a si próprio ursinhos de peluche. Nos intervalos despedaça gregos, portugueses, italianos.
Sucede que a vida agora não lhe tem corrido de feição. E um partizan ali das Termópilas fez-lhe uma espera, tipo referendo à população grego-espremida.
Eu até ficava contente, não fosse no meio desta merda foder-se o português-mexilhão...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O jogo


Não faz qualquer sentido esta tormenta, constante, que atropela a sobrevivência difícil das empresas portuguesas.

O governo, os Bancos e a Europa deveriam ser responsabilizados por terem deixado ao abandono quase todas as hipóteses de sucesso que um grande número de indústrias e de comércios tenta - apesar de todas as dificuldades – alcançar.

Este abandono é um acto criminoso, subsidiado, de forma estúpida, por uma opinião intelectualmente derrotista e com duvidosos alicerces democráticos. Até quando vai durar é a única e amarga incerteza já que a neblina da ignorância e do despotismo, que atracou nestas paragens, é espessa, irredutível e orgulhosa.

Sob o manto de uma crise que afecta, particularmente, quem trabalha e quem quer trabalhar, as pessoas (empregadores e empregados) são repetidamente conduzidas ao desânimo, à desistência e à falta de alternativas para ultrapassar esta situação de impasse e de loucura.

Crises, raitings, troikas, défices, dívidas, juros, economias, estão a vencer este jogo em detrimento dos projectos, dos empregos, do desenvolvimento, da sustentabilidade, da inovação, do investimento e sobretudo… das pessoas.
Será do treinador?

domingo, 30 de outubro de 2011

miséria lusitana



um país que não presta para nada
cheio de coisas que não prestam para nada
e onde nada tem qualquer valor
para acrescentar a esta vida monótona e sacrificada
de milhares e milhares de portugueses
que não servem para nada se não pagarem impostos…

é assim o panorama o drama
a trama repetida desta geringonça que não funciona
sem cunhas roubos corrupções e vigarices esburacadas
plenas de políticos sem política
nem escrúpulos

não há um fim à vista que desarme
esta mina meticulosamente colocada
nas cabeças cansadas deste povo ordeiro
ordenhado mil vezes em cada dia
desesperado de crise

e é de crise esta mania louca
de colocar rádios televisões jornais e outras
merdas que tais
a falarem sempre sempre sempre
repetidamente
de misérias que irão até ao ano
de dois mil e quinhentos


tenham vergonha
e respeito
e calem-se.

sábado, 22 de outubro de 2011

Os "missionários públicos".

Agradecendo a um Cafeínico, aqui deixo este link.

domingo, 16 de outubro de 2011

Waking up into a Nightmare.

Finalmente Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar explicaram-me a coisa tintim por tintim: o problema de Portugal resume-se a que eu ganho demasiado! É isso, pagam-me demasiado! Para que o enterro seja tão extenso e tão intenso, o equívoco já deve durar há muito tempo, eu devo ganhar demais há muitos anos! Bolas, eu juro que não sabia! Quem me conhece sabe que eu sou um gajo honesto. Bolas! Um tipo fecha-se no seu trabalho, na família, e depois perde as referências...
Enfim, peço desculpa, eu peço muita desculpa. Acho que não vai voltar a acontecer NUNCA MAIS!

Mas...

Houve uma frase numa t-shirt dum manifestante que "did ring a bell"...


"Eu não preciso de sexo, o estado fode-me todos os dias!"


Extenuante!

15 de Outubro.

Hoje houve manifestações aqui e ali. Respeito para quem foi. A Praça da Batalha é um sítio giro. A sua assimetria torna-a o espaço público mais descontraido da cidade do Porto. Que eu saiba não é a morada de José Sócrates nem de Mário Lino, Fernando Santos, Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira, Alberto João Jardim, José Manuel Durão Barroso, enfim, os culpados. Em  Lisboa a manifestação foi em São Bento. Ah, mas ali não mora o Américo Amorim.

Quanto vale aquilo que eu faço?

Não me parece que aquilo que eu faço como trabalho estivesse a ser remunerado em excesso, assim como uns 30% a mais...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Afinal quem ganhou?


De vez em quando, ouvem-se coisas fantásticas como, por exemplo, histórias sobre regiões que são autónomas, separatistas, independentes e que, ao mesmo tempo, buscam de outras gentes de outras regiões (centrais), os materiais financeiros para os seus desígnios gastadoiros com que se pavoneiam, década após década, em nome de uma monarquia quixotesca.

Só que um dia, alguém se lembra de dizer que o rei, afinal, não vai nu porque, simplesmente não existe rei, nesse tipo de paragens.
Foi o que, de certa forma, aconteceu antes desta eleições da Madeira.

No entanto, o povo, chamado a escolher, prestou, mais uma vez, vassalagem a um tipo muito peculiar de governo que, muito para lá do défice financeiro que foi fomentando, desenvolveu um outro – bem mais preocupante – relacionado com o pluralismo político e social que devem assistir qualquer exercício de poder.

No fundo, não me parece que o povo tenha culpa destas situações que se prolongam, até porque, é notória a infindável influência do doutor Jardim no quotidiano de muitas famílias. E isso explica uma boa parte destes resultados.

Mas, daqui para a frente, talvez haja um despertar cadenciado de consciências, bem no interior de tais cortes tão homogéneas no acatar das repetidas carências de transparência social.

Se assim for, quem ganhou, afinal, perdeu. E todos os outros, mesmo os que votaram a continuidade, poderão considerar-se parte da vitória.



Nelson Ferraz  in “Maia Hoje”, 14.10.2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Madeira e o Jardim.

Estas eleições que AJJ ganhou vão talvez permitir que se faça história. Ou seja: se o Gaspar (Vitor) está a cortar-nos as unhas rentes pela 1ª falange, como não fazê-lo também à Madeira?
Daqui depende talvez, repito, como ficará o Gaspar (Vitor) nesta nossa não sei se só triste História...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O que eu queria mesmo...

Acabo de chegar de uma de várias viagens exploratórias à zona de Cedofeita. Cedofeita é das zonas mais vivas e mutantes do Porto. Eu gosto. Fica ao lado de Miguel Bombarda mas... não é Miguel Bombarda. Fica logo acima do chato do Património da Humanidade mas... não é Património da Humanidade. Ora não é que já vi grafitada a cara do Vitor Gaspar nas paredes - com muita estilo, concedo - agarrada à frase "paga e cala!"? A mim já me parecia que tardava o transformar-se o nosso "chamorro" ministro num ícone pop, ou isso! Pois.
Vamos fazer assim: eu pago, e eu calo! Masssssssss depois de ver na prisão o Dias Loureiro e o Jorge Coelho, ok?
Até lá...

domingo, 25 de setembro de 2011

E a Grécia? E Portugal?

As anedotas sucedem-se: que os funcionários públicos tinham um bónus por chegar... a horas. Que um hospital com três dezenas de árvores e meia dúzia de canteiros tinha duas dúzias de... jardineiros. As anedotas sucedem-se.

Portugal tem a medalha de prata no risco de falência. As acções do BCP  estão a dezoito cêntimos. Onde estão as anedotas portuguesas? Não se dará o paradoxo que a falta de anedotas por cá configura um quadro - nosso - de ainda maior gravidade? Sem bónus para cortar, sem jardineiros para demitir... sobram os ordenados, nós mesmos...

AJJ

Como em muitas outras situações, uma coisa é ter piada, outra é ser filho da puta. Calha que Alberto João Jardim acumula, mas pendendo cada vez mais e mais para a filha-da-putice.
A Madeira já há um certo tempo que deixou de ser um jardim, pois muito cimento tem levado em cima. É altura de a Madeira - que é uma democracia - decidir se quer deixar de ser... do Jardim!

Tenho andado meio desaparecido...

Bom, é verdade, tenho andado meio desaparecido. Ainda bem: o mundo está uma merda. Vou só dizer uns quantos nomes para explicar: Alberto João (Jardim), Vítor (Gaspar), Angela (Merkel), Dominique (Strauss- Kahn). Escrever sobre estes? Meus caros amigos, acreditem, tenho bem mais que fazer.
E, também, porque não sobejam palavras para escrever adequadamente sobre estes elementos. Como ultrapassá-los com o mínimo de dignidade?
Alberto João parece nome de padre sodomita e sodomizados temos sido todos nós, ano após ano, com maior ou menor largura de pau, segundo a versão das contas. O Vítor é o típico menino-bem que chegou para mandar no recreio, e mandar, e mandar, e mandar, tome por onde tomar. O Ângela nem é Jolie - é por sinal bem feia - nem me parece particularmente inteligente, ou seja, em público não demonstra, e lá por casa também não teve entreter uma conversa de jeito. Mulher que me mande no dinheiro não devia servir para me adormecer de aborrecimento. O senhor Dominique, o senhor Dominique, à pergunta se teria futuro político respondeu: "on vera!". O senhor Dominique define a esquerda actual: ele há duas, a primeira sem rumo, a segunda sem vergonha; ele pertence obviamente à segunda.

Ainda em França ia-me esquecendo do petit Nicolas... Aos pulos e aos saltos engravidou Carla (querem que vos faça um desenho?). E assim nos tem entretidos a nós franceses, enquanto a extrema-direita na 2ª geração Le Pen vai ganhando terreno e votos, em França como em todo o lado...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

o caruncho



e eis que o caruncho emerge
da tábua
escarafunchada
pelo vento agreste
deste barraco lusitano.

mais um
depois de tantos
bichos
a esburacar
este interior a  cair de podre
como caca de quintal
ao abandono.

de buraco em buraco
esta praga portuguesa
de trafulhas
escorre em pesadelo
irremediável
alheia à vergonha que não temos.

por isso
avisem os fungos:

estamos disponíveis
para naufragar.


nelson ferraz in “Maia Hoje”, 23.09.2011