domingo, 19 de maio de 2013

Dizia Margaret Tatcher em 1987:

"I think we have gone through a period when too many children and people have been given to understand "I have a problem, it is the Government's job to cope with it!" or "I have a problem, I will go and get a grant to cope with it!" "I am homeless, the Government must house me!" and so they are casting their problems on society and who is society? There is no such thing! There are individual men and women and there are families and no government can do anything except through people and people look to themselves first. It is our duty to look after ourselves and then also to help look after our neighbour and life is a reciprocal business and people have got the entitlements too much in mind without the obligations."


À clássica visão maximalista de esquerda respondeu Tatcher em 1987 com esta visão maximalista de direita. Sendo que a verdade estará, como sempre, algures no meio, convém redefinir hoje o que é "a sociedade", quem verdadeiramente a compõe e o que é responsabilidade pública e o que é responsabilidade privada/pessoal, e, depois, se há dinheiro para a responsabilidade pública assumida como adequada. Mas Tatcher fez bem o seu trabalho: quantos de nós hoje nos definimos realmente como "seres sociais"?

A folga e a alternativa.

Lentamente deslizamos para o verão. E continuamos perdidos nesta crise, culpados pela Europa e pelos nossos governantes, ai Jesus (sem piada clubística). Somos um país que deve muito e caro. Somos um país que não produz assim tanto, que tem um mercado interno em implosão e que está inserido numa zona económica - a Eurozona - cuja moeda é muito cara para nós e cuja política económica é de um lento suicídio. Portugal, como o nariz de Cook a caminho do Pólo Sul, vai sucumbir primeiro, mas Cook, isto é a Eurozona, vai perecer como um todo, mais tarde ou mais cedo. Merkel o disse: produzimos 25% do PIB mundial mas damos 50% da Segurança Social mundial. Este é o modelo europeu e vai falir. Porque não há quem o pague. E, no meio disto, a Europa fecha as portas à imigração. A morrer prefere morrer sózinha e recusando a mão-de-obra barata africana (e outra), e os seus filhos, os tais que, bem integrados, podiam pagar-nos as reformas. Que não acontecerão.

Isto é assim. E há um vazio político em Portugal e na Europa, pois ninguém tem a coragem de dizer alto e bom som o que se passa. Sim, Merkel diagnostica bem. Mas a solução só pode ser outra. Os planos de reforma não foram pensados a contar com a actual crise demográfica. Mas se reformamos mais tarde não há emprego jovem, diz-se. E, porém, os nossos idosos não têm a preparação dos nossos jovens, logo não devia haver competição. O emprego indiferenciado chama por gente de fora, portanto essa gente devia ser benvinda e não irá competir com os nossos jovens. Estamos a confundir três realidades diferentes. Portugal para voltar a ter futuro tem de voltar a ser também um país de imigrantes, nunca de emigrantes! Portugal precisa de investimento. E precisa de tempo. Tempo que a Europa nos devia dar, porque também para ela ele vai ser necessário. Tempo para perceber o que quer ser quando deixar de ser o que já nem é: grande.

domingo, 12 de maio de 2013

Continuo a dizer que.

Continuo a dizer que era interessante que o Governo de Portugal gostasse do país que governa. é só isso o que eu digo...