domingo, 19 de maio de 2013

A folga e a alternativa.

Lentamente deslizamos para o verão. E continuamos perdidos nesta crise, culpados pela Europa e pelos nossos governantes, ai Jesus (sem piada clubística). Somos um país que deve muito e caro. Somos um país que não produz assim tanto, que tem um mercado interno em implosão e que está inserido numa zona económica - a Eurozona - cuja moeda é muito cara para nós e cuja política económica é de um lento suicídio. Portugal, como o nariz de Cook a caminho do Pólo Sul, vai sucumbir primeiro, mas Cook, isto é a Eurozona, vai perecer como um todo, mais tarde ou mais cedo. Merkel o disse: produzimos 25% do PIB mundial mas damos 50% da Segurança Social mundial. Este é o modelo europeu e vai falir. Porque não há quem o pague. E, no meio disto, a Europa fecha as portas à imigração. A morrer prefere morrer sózinha e recusando a mão-de-obra barata africana (e outra), e os seus filhos, os tais que, bem integrados, podiam pagar-nos as reformas. Que não acontecerão.

Isto é assim. E há um vazio político em Portugal e na Europa, pois ninguém tem a coragem de dizer alto e bom som o que se passa. Sim, Merkel diagnostica bem. Mas a solução só pode ser outra. Os planos de reforma não foram pensados a contar com a actual crise demográfica. Mas se reformamos mais tarde não há emprego jovem, diz-se. E, porém, os nossos idosos não têm a preparação dos nossos jovens, logo não devia haver competição. O emprego indiferenciado chama por gente de fora, portanto essa gente devia ser benvinda e não irá competir com os nossos jovens. Estamos a confundir três realidades diferentes. Portugal para voltar a ter futuro tem de voltar a ser também um país de imigrantes, nunca de emigrantes! Portugal precisa de investimento. E precisa de tempo. Tempo que a Europa nos devia dar, porque também para ela ele vai ser necessário. Tempo para perceber o que quer ser quando deixar de ser o que já nem é: grande.

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