sábado, 10 de novembro de 2012

Isabel Jonet



Esta intervenção, desajustada, desarticulada, fora de contexto talvez, etc., foi assim tão inacreditável, tendo em conta que eu concordo com quase tudo o que ela disse?

terça-feira, 6 de novembro de 2012

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Vivemos então num Mini-País.

Este mini-país, estranhamente, conseguiu produzir alguém com a altura, o peso e o perfume de Manuel António Pina (MAP). Estou a reler a sua poesia, coligida pela Assírio & Alvim, e estou estupefacto e arrependido. A geração de setenta foi efectivamente muito abundante em grandes poetas. E, contra mim falo, só recentemente comecei a aperceber-me do enorme lugar cativo que nessa geração, a dos nascidos nos quarentas, até por algum contraste, possui o MAP. Desses poetas outros há (ou houve) mais barulhentos, comentados, protestados, talvez daí a minha distração. MAP ressuma modéstia, distância, recolhimento e, porém, também abertura, um sempre diálogo, um certo tipo de paz. 

Triangulado entre Pessoa, Kafka, o Oriente e muitas outras Coisas que eu não sei, a sua poesia, nascida retintamente neste mini-país, é Maior.

Pequenos, muito pequenos, e porém demasiado grandes - bem eu queria não os ver - são os nossos governantes. Ainda bem que técnicos vindos do estrangeiro estão a ajudá-los. As ajudas de MAP eram escritores vários e muitos, alemães uns quantos até, já agora. vazados em livro.

Entre dez mil outras razões uma que diferenciava bem MAP era o medo e a sua coragem em tê-lo.

"Serei capaz / de não ter medo de nada, / nem de algumas palavras juntas?"

O Mini e o Rolls Royce.

Li hoje no Público a entrevista do sr. Rogério Gomes (RG), membro da comissão política do PSD e presidente do Instituto do Território. Pelos vistos o país é "um Mini" e o estado "um Rolls Royce". O resto da entrevista até nem corre mal, mas o editorial do mesmo jornal no mesmo dia põe o dedo na ferida: é este precisamente o momento certo para publicamente e diariamente discutirmos a redução drástica do estado social, ao mesmo tempo que o desemprego é nunca visto e a fome anda aí? A insensibilidade dos decisores do PSD já ultrapassa a náusea. A política não é de terra queimada mas sim de "povo queimado". Nem o estado é um "Rolls Royce" (a não ser nas mordomias de alguns...) nem o país - isto é, os portugueses - são "Minis". RG é um "Mini"? Temo a resposta. Mais: ainda na mesma entrevista transcrevo: "Se tenho um seguro de saúde e vou ao hospital público, tendo possibilidade de usar o seguro, acha que o hospital deve estar aberto nas mesmas circunstâncias para mim ou para quem não tem qulquer sistema de saúde? Eu penso que não." RG não elabora mais nada sobre este não e esquece que em Portugal TODOS TEMOS UM SISTEMA DE SAÚDE: CHAMA-SE SNS.

PS.: depois do ataque "tão feliz" às Fundações, quando vai o bulldozer bater à porta dos Institutos... como o seu?

sábado, 3 de novembro de 2012

A Refundação.

Refundação ou Resodomia?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

“num país onde só há números…”





olhemos para
os dois primeiros-ministros e…

digamos que um é o vinte e seis
e o outro o quarenta e três.

digamos que os dois se entretêm
a juntar os seus atributos
para fazerem coisas de somar.

não é uma pouca vergonha?

olhemos para
os dois primeiros-ministros e…

digamos que um é a raiz quadrada
do burro sem conserto
e o outro a fracção dois doze avos
do sabichão compulsivo

digamos que um e outro
fazem de conta
que fazem contas
para fazerem asneiras.

não é uma pouca vergonha?

olhemos para
os dois primeiros-ministros e…

digamos que um é o vinte e seis
mas assina como quarenta e três
e o outro (o quarenta e três)
assina o que
o outro (o vinte e seis)
assina de cruz.

não é uma pouca vergonha?

olhemos para
os dois primeiros-ministros e…

digamos que este números
são números que não prestam
são números que não servem
e não dão resultados honestos

olhemos para
os dois primeiros-ministros e…

digamos que estes números
são uma equação humanamente impossível

há por aí alguém
que tenha uma borracha?