domingo, 31 de janeiro de 2010

Class prejudice

"Class prejudice is in many cases the real driving force of politics and of social attitudes."
Frase-chave deste interessante artigo deste interessante site: Open Democracy.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Esclarecerei

Aparecem agora em seguimento, para além dos blogs "amigos" já presentes, três blogs que, da imensa chusma da bloga portuguesa (bloga, que nome mais amaricado...), nos pareceu destacarem-se pela qualidade e localização em azimute dos escritos, das vistas. Estarão mais acima...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

TS 3 - a Desfaçatez.

"Nesta entrevista à SIC Notícias, Teixeira dos Santos adiantou também que, na elaboração do Orçamento do Estado, o Governo não ponderou um corte no salário dos ministros, mas que se tal vier a ser necessário para o controle das contas públicas, está pronto para o fazer." (idem,TSF)

Como se sabe, os ordenados dos ministros são uma gota de água no mar do défice. Mas o exemplo, meus senhores, o exemplo,  o tal que nunca vem de cima...

TS 2 - o Empolamento.

"O ministro das Finanças afirmou ainda que o défice de 9,3 por cento do PIB registado em 2009 “foi empolado por causa da crise e pode ‘desempolar’ com o aliviar dessa crise”, comprometendo-se, conforme está inscrito no OE, a que seja de 8,3 por cento no final de 2010." (27/01, Ag. Lusa)




" (...) défice atingiu um máximo histórico, em Portugal: 9,3 por cento. O Núcleo de Estudos de Conjuntura da Universidade Católica diz que a estratégia de empolar o défice teria vantagens para o Governo. O ministro das Finanças considera a ideia uma «tontaria».
Aquela tese diz que empolar o défice teria a vantagem de tornar mais evidente a redução do desequilíbrio orçamental durante os próximos anos. Teixeira dos Santos rejeita a insinuação e, numa entrevista à SIC, citada pela TSF, reiterou os 9,3 por cento."  (28/01, TSF)



É de artista! Já nos Gatos tinha-me parecido que... sim senhor!

O mínimo Orçamento

É, este é mesmo um orçamento de mínimos. Nada de novo, nada que já não pudéssemos prever. As SCUT's? Talvez. A função pública? Quiçá. Os impostos para cima e para baixo? Depende. As grandes obras? Não falemos delas para não envergonhar aquela senhora magra e feiosa que...
Mínimos os senhores em jogo, bem pequeninos.
Estão a rir de quê? De quem eu já sei...



E venha o digestivo...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A pilhagem tracejada dos afectos

Covering Haiti: When the Media Is the Disaster
By
Rebecca Solnit – THE NATION., January 21, 2010
This article originally appeared on
TomDispatch.

“Soon after almost every disaster the crimes begin: ruthless, selfish, indifferent to human suffering, and generating far more suffering. The perpetrators go unpunished and live to commit further crimes against humanity. They care less for human life than for property. They act without regard for consequences.
I'm talking, of course, about those members of the mass media whose misrepresentation of what goes on in disaster often abets and justifies a second wave of disaster
… …
Within days of the Haitian earthquake, for example, the Los Angeles Times ran
a series of photographs with captions that kept deploying the word "looting." One was of a man lying face down on the ground with this caption: "A Haitian police officer ties up a suspected looter who was carrying a bag of evaporated milk." The man's sweaty face looks up at the camera, beseeching, anguished…”
Não importa, a ninguém, quantas esquinas tinha a rua daquele velho. A rua esqueceu-se dele quando se abriu numa nitidez esburacada e sem tréguas. Estava, só, o velho, estendido entre traves, vigas, telhas e pedras. O seu rosto era o molde encorrilhado de um pó trágico, estranhamente, suave. E, sobre o negro olhar do velho, havia sangue e vazio. Então, lembrou-se do mar e das coisas do mar e das lágrimas iguais às ondas.
Depois veio o senhor ocidental e disse:
- Bom dia, sou da RXB News, importa-se que lhe faça umas perguntas?
e perguntou:
- Como se sente? Quantos familiares perdeu? E agora, o que vai fazer?
O velho fez um esforço, ergueu a cabeça e respondeu:
- Agora... agora, meu senhor, vou esconder-me. Tenho muito medo dos jornalistas!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Horsamento

Do ponto de vista do cavalo, quem não lhe sobe pela esquerda não merece aguentar-se no seu dorso, qualquer que tenha sido a sua fonte de ensinança. Mas, às vezes, há que deixar que os nababos, vindos da direita, subam, por instantes, a bordo da montada e ajudem o cavalo a sentir-se importante. Por um "nico" que seja.
A arte de cavalgar toda a sela é uma habilitação imprescindível para os cavalheiros dos horses mesmo que os cavalos não passem , inúmeras vezes, de burros.

- Minhas senhoras e meus senhores, esqueçam tudo o que ouviram uns dizer que nunca diriam, esqueçam tudo o que viram outros prometer que nunca prometeriam: vem aí a grande festa do volteio nacional! Vem aí o horsamento! Estão todos contentes!(?)

Claro que, do ponto de vista do cavalo… hum …

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

uma questão de selos

José Rodrigues dos Santos (JRS) colecciona selos. O sétimo deu-lhe mote para um livro. Entre selos e telejornais, JRS colecciona sobretudo vaidade. Cultiva-a.
Por isso mesmo não espanta vê-lo (himself) no Haiti, em vez de qualquer outro colega.
Talvez ele busque um oitavo selo. Ou uma oitava vaidade. Who knows?
Entretanto, o apocalipse da modéstia.
- Ai de ti, Haiti!
nota:
a filatelia pode ser uma coisa terrível.

dar o piro

Constâncio quer dar o piro.
Fartou-se de prever por baixo e de prever por alta. Prefere um meio de ir-se embora.
E se os ministros das Finanças o aprovarem, xau!, que vá pela sombra que o sol está alto!

Aqui que ninguém nos ouve, isto de ele trocar o banco do português pela cadeira do grego, até que nem parece mau… para nós.
- Olha, já agora, leva a tua amiga crise contigo. Sois tão chegados!

Uma dúvida:
em que é que ele será melhor do que o seu homólogo de Burkina Faso?

Assis

O Francisco não é santo, mas tem cara de boa pessoa. Em entrevista recente ao Público o homem, recordo, líder parlamentar do PS, usa e abusa das palavras "debate", "diálogo", "consenso", "entendimento"...
É uma entrevista bastante estranha, até porque, sendo o homem do PS, as referidas palavras, o seu uso, parece ressumar sinceridade. E mais, fazendo um pequeno exercício de memória, eu acho que o Francisco Assis já antes era e foi assim, e possivelmente acredita mesmo no que nesta entrevista diz, diz, rediz...
Infelizmente, e lembremos a Câmara do Porto e alguns outros episódios, Assis acaba por não ser mais do que uma espécie de François Hollande cá da terra, destinado a não ganhar batalhas para o seu partido, pois que "a vida foi feita para guerrear" - e a política - assim se dizia, creio, num filme do eterno Manoel de O.
Et pour cause, e por outras coisas que não explico, eu simpatizo com este Xico.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Eu não percebo.

Portanto: a Moody's (nome de uma agência de rating financeiro óbviamente inspirada no protagonista do Californication) diz que Portugal corre riscos de... e que é preciso atenção porque... e se não se mudar o rumo aí é que... e o Teixeira dos Santos vai daí  e congela os salários da função pública para 2010!
Enfim, nada que o Medina Carreira não ande a pedir há pr'aí cinco anos, pelo menos, mas como foram os Moody's, pois foi uma ingerência estrangeira vinda de malta que não soube por exemplo prever a crise actual, nem a complicação da cirurgia abdominal do Manuel Machado, nem aqueles carapaus alimados que comi ontem e que tão mal me caíram, enfim, uns tristes!
Claro que as coisas na Grécia não estão para brincadeiras, e algum alarmismo não nos fica mal, e a função pública não pode esquecer, debaixo do chapéu-de-chuva dourado do emprego assegurado, que a crise está a ser sobretudo uma crise de emprego, portanto, que lhe está a passar ao lado...

Os casamentos de Santo António

Curiosamente os casamentos de Santo António, uma iniciativa civil - do Diário Popular - em tempos em que estas coisas não podiam estar tão longe do religioso como hoje, foram reeditados por aquele monstro sagrado do socialismo chamado João Soares. João Soares, uma espécie de Mickael Carreira da política ao contrário, pois ainda é mais feio do que o pai, e nem um nem outro cantam de jeito, que se saiba. Um sempre chateou e nunca serviu para nada, hoje chateiam os dois.
Ora mais esta parva polémica só vem alimentar esta minha vaga suspeita sobre o pânico que subjaz a todas as resistências, havidas e por haver, ao casamento homossexual. O que nos chateia a nós, heterossexuais em toda esta coisa? O que me atrapalha a mim? São duas perguntas, e tentarei responder à primeira.
Aos heterossexuais julgo que a coisa está neste desejo de normalidade, de igualdade, não tanto de direitos mas até mais de procederes, de rotinas, de tachos e panelas (sorry...) e micro-ondas e plasmas e copos-de-água em solar de Ponte de Lima e luas de mel na Dominicana (Haiti ao lado...). Assusta-nos esta procura ansiosa da vulgaridade e de uma norma que julgávamos só nossa por parte dos homossexuais. Norma que interiormente teremos aborrecido? Não é que eles queiram ser iguais a nós. Eles são! E querem casar com a ajudinha do Santo António, e oferecer o ramo a... ah, isto não pode ser, o Padre Melícias não deixa - adiante, eles querem (horror!) cortar a gravata, leiloar a liga (desmaio!!), afogar as famílias com o assombro da quantidade de marisco e a qualidade dos digestivos, etc., etc., etc.
O que me atrapalha a mim? A mim? Nada. Nada!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

metamorfose ou motim?

“Eloge de la métamorphose”
Edgar Morin, 10 Janeiro 2010
Jornal “LE MONDE”

“Pour éviter la désintégration du « système Terre », il faut d'urgence changer nos modes de pensée et de vie. Tout est à transformer pour trouver de nouvelles raisons d'espérer. Quand un système est incapable de traiter ses problèmes vitaux, il se dégrade, se désintègre ou alors il est capable de susciter un meta-système à même de traiter ses problèmes : il se métamorphose. Le système Terre est incapable de s'organiser pour traiter ses problèmes vitaux : périls nucléaires qui s'aggravent avec la dissémination et peut-être la privatisation de l'arme atomique ; dégradation de la biosphère ; économie mondiale sans vraie régulation ; retour des famines ; conflits ethno-politico-religieux …”


Quando uma tendência “tão de incapacidade” assume proporções de uma regra incontestada, torna-se óbvio que a meta da nossa iluminada espécie poderá tornar-se numa coisa complicadamente inesperada. Mas… inesperada? Até que ponto? Será que estamos, assim, tão distraídos?

Ainda não dependemos totalmente da Natureza, mas deveríamos preocupar-nos com a possibilidade de isso voltar a acontecer um dia destes.
Actualmente, somos o resultado, quase total, de nós próprios e isso não é uma boa notícia nem abona muito a favor das nossas faculdades já que essa dependência – por um lado consentida, por outro lado inevitável – não tem por base o humanismo necessário mas sim a sua impetuosa ausência.
Vamo-nos banhando de estupidez: damos ouvidos a economistas bem pagos, acreditamos em comentadores bem pagos e estamos nas mãos de uma manada de criaturas bem pagas. O pior é que essa gente nos vai merecendo sucessivos créditos pela força repetitiva das suas aparições em tudo que é sítio e montra. E nós vamos aceitando essas vitaminas estragadas de sabedoria que nem sequer é académica.
Um dia destes, será um dia de mudança. Não uma mudança expectável, coerente, programada, sensata e que já deveria ter acontecido de uma forma gradual. Não.
Um dia destes, será um dia de transformação abrupta, rebelde, desgovernada, porque os tempos conturbados assim o começam a exigir.
Há uma urgência crescente para que uma metamorfose aconteça e que esse seja o ponto de viragem para uma reorganização das ideias, do universo e de tudo o que valha a pena preservar ou reinventar. Mas como?
Edgar Morin propõe-nos a semente de um motim. Não o diz, talvez não o queira dizer, mas não precisa de o fazer.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Educação é muito bonito... ah, não, é o respeitinho... e então, a Educação? (título mais comprido, 'da-se!)

Após longa noite de negociação, o ministério da Educação, leia-se Isabel Alçada, e os sindicatos, leia-se Mário Nogueira, chegaram a acordo sobre as carreiras e o processo de avaliação dos professores. Só podemos elogiar ambas as partes. Os sindicatos partiam com uma posição de força, mas fragilizada pelos passos já dados pela ministra, e pelo facto de, à partida,  a posição dos professores até nem recolher um apoio assim tão unânime no resto da sociedade civil...
Da parte do Mário Nogueira está provado que quem vê bigodes não vê a coisa toda - há vida para além da pilosidade.
No que diz respeito a Isabel Alçada, vamos saltar as piadas óbvias glosando a série de livros infanto-juvenis de que é co-autora,  e referir que agora só lhe falta fazer tudo o resto, muito, que o seu ministério lhe pede. E que ultrapassa em muito a informatização precoce da petizada...

P.S.: correndo o risco de me repetir, e tendo estado a educação deste país refém da estupidez de Mª Lurdes Rodrigues durante -foi quanto tempo? - quatro anos ou isso, a FLAD era uma recompensa óbvia...

(FLAD: Forças Libertadoras - podias ter ido Antes, só fostes Despois...!).

domingo, 10 de janeiro de 2010

Entre a FLAD e a FLEC cá estamos nós, encolhidinhos...

Não tenho palavras para descrever as emoções suscitadas pela nomeação de Maria de Lurdes Rodrigues para a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Esta nomeação aliás vai influir decisivamente nos métodos educativos que estou a usar para domar o cão da minha filha. Que não vou mencionar ser uma cadela para não criar confusões. To reward is a good thing, is a good thing, is a good thing. Já lá dizia Ruy Belo.

A FLEC baleou a equipa de futebol do Togo em Cabinda, Angola. Luanda, we have a problem. What thinks Isabel dos Santos de tudo isto?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

o casamento do "xis"

um mais um são dois, um mais uma são dois, uma mais uma são dois.
por isso das três, dois.
sempre dois elementos para uma equação que divide no resultado.

uma incógnita: o xis tem sexo?

outra incógnita: um mais um é igual a dois, a duas ou a zero? e uma mais uma?

ainda outra incógnita: é permitido copiar?



obs:

uma simples noz dentro de um simples figo, às vezes, é indigesto.

2010 e outra vez a mesma Vara!

“A assunção de novas funções no banco [ por Armando Vara] resulta de uma manifestação do próprio, junto do presidente do BCP, por não querer continuar a receber o vencimento pago pela instituição, sem fazer nada em troca.”


Chegou 2010! É mais do mesmo!

Uns poucos dias de férias e mesmo assim não há estômago! Se tivesse uma conta no BCP, já sabia o que tinha a fazer.
Lembram-se do António Vitorino, que dum terreno fez dois? Este Vara ainda vai acabar laureado em exemplo de homem probo e honesto para toda a classe política aprender - não como se faz, mas sim como se É.