quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Primeiro de Dezembro.

Que seja Duarte Pio a tentar fazer justiça a uma data é um desvio de forma. O Primeiro de Dezembro não é um feriado monárquico. O Primeiro de Dezembro comemora o começo da nossa história Moderna, com todo o seu atraso...

Não me lembro que História de Portugal, escrita por autor estrangeiro, começava esta em1640. Neste ano foi negada a Espanha a unidade pensinsular, firmando-se a excepção portuguesa contra o peso castelhano. Esta afirmação não tem nada de xenófobo, ninguém mais do que eu gosta de Segovia, de Burgos, de Palencia. Esta afirmação é um facto histórico, e só. Pouco depois aconteceria o Brasil e ao lado Angola, pilares - sobretudo o Brasil . na nossa história por séculos. E assim, as datas fundamentais civis portuguesas são o Dez de Junho, afirmação da nossa grandeza/sobrevivência pela comemoração da morte de um Homem, e o Primeiro de Dezembro. Datas mitificadas no século XIX, século de todos os mitos.
A um outro nível, mitos recentes, o par Vinte e Cinco de Abril e Um de Maio, datas às quais ainda devemos esforçarmo-nos por dar uma lógica, um sentido, a cada ano que passa.
Feriados  religiosos? Sexta-Feira Santa, Dia de Natal. e só. Domingo de Páscoa é domingo... Com o primeiro dia do ano, totalizamos sete feriados sete. E prontos, vamos lá ao trabalho.

Manuel Monteiro.

É Pedro Passos Coelho o Manuel Monteiro de Miguel Relvas? Sinceramente, espero que não!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Governo dos mercados.

Na Europa há já dois governos não eleitos após eleições democráticas: são o governo grego e o governo italiano. Quem os elegeu? Os mercados, devidamente sufragados a posteriori por parlamentos em pânico perante a perspectiva de não haver com que pagar os salárioss do fim do mês.

Hoje os spreads da dívida espanhola subiram para além dos 6%. Há eleições ao virar da esquina. Isto chama-se os mercados a condicionar um processo democrático.
Entre uma ETA suspensa, um desemprego superior a 20% e tamanho spread, os espanhóis vão obedecer e votar em Rajoy.

Portanto, já não há um governo de esquerda na zona Euro. Os mercados decidiram que a política europeia vai passar a ser unicolor.


Pode não parecer à primeira vista mas a democracia na Europa está em perigo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O verbo...

A "abstenção violenta" de António José Seguro nasce do verbo "violentar", suponho.

Onde o passivo, pergunto eu...

Wake up!

E isto é apenas legalizar o que já é prática comum em muitos escritórios, oficinas, empresas, isto é, o horário completamente discricionário aplicado coercivamente ao trabalhador sob pena de despedimento.

Suponho que a partir daqui outro dos organismos a extinguir venha a ser a Inspecção Geral do Trabalho...

Eu bem não queria...

concordar com o Daniel Oliveira. Mas calha que concordo. E há que dizê-lo, sendo esta tão infrequente.
Dias Loureiro, Armando Vara, Fernando Gomes, Pina Moura, Ferreira do Amaral.
Os ordenados de cinco anos destes obscensos imbecis ascenderão/iam a quinze milhões de euros. Não sei se coisas assim foram discutidas com a troyka. Acresce a falta de vergonha de Pina Moura ao sair do Ministério da Economia ir para a Iberdrola, de Ferreira do Amaral a sair das Obras Públicas para a Lusoponte, de Jorge Coelho a saltar do Equipamento para a Mota-Engil...

Dá vontade de emigrar.

PS.: o caso de António Vitorino é outro...

P.S.2: estar Duarte Lima na situação em que está nasceu da convicção própria, presumo, de que no Brasil assassino não é perseguido. Enganou-se. O número cinco milhões não me sai da cabeça.
No que diz respeito a políticos corruptos, já "dançaram" cinco ministros do governo Dilma Roueff. Não tenho mais nada a acrescentar, Isaltino...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Amor por Portugal

Perante o Orçamento de Estado 2012 o que me parece que nele falta é... Amor por Portugal.

Haverá vida depois do corte?

O Orçamento de Estado de 2012 é o Orçamento do Corte. Haverá um antes e um depois deste Orçamento.
E, famintos, desesperados, os nossos olhos já se voltam para 2014 - até com a secreta esperança de o alguém do costume começar a preparar eleições aligeirando o corte...
Mas não. Os centros de decisão chamam-se e vão continuar a chamar-se Berlim e Beijing (onde está o dinheiro), Atenas e Roma (onde estão os que mais precisam do dinheiro).

Portanto, dêmos o corte como tido e assumido. Se podia ter sido diferente? Provavelmente podia, assim tivéssemos por ex., votado diferente nas penúltimas eleições. Ele há medicamentos cuja janela terapêutica é curta: ora a dose é insuficiente, ora a dose já é muito demais, porque tóxica. Portugal falhou a sua janela terapêutica e, agora, não há muito a fazer. Tudo vai ser vendido, rapidamente e mal. Mas ninguém compra o Aeroporto de Beja, ou a CREP, ou a Auto-Estrada Mira-Figueira-Leiria. E precisamos de muito turismo, mas fecha-se a Linha do Vouga. Tirou-se o comboio à Trofa para não lhe devolver Metro. Voltamos à miragem do petróleo e das minas, miragem cíclica em Portugal  - quantas vezes já se falou antes do ferro de Moncorvo, uma das razões invocadas nos anos oitenta (que bom ter memória...) para navegabilizar o Douro?
É o PSD o partido português por excelência - um partido e um país hoje por hoje de ideologia quase-zero - e, esperemos, enquanto espelho de um país deve estar a sofrer por aquilo que está a infligir ao país que o inventou. Por isso falou Cavaco Silva do corte dos subsídios, a sua escola económica não é a de Vitor Gaspar. A Vitor Gaspar a palavra "público" queima-lhe a língua, o palato, a garganta. Vitor Gaspar quer fazer de nós uma espécie de Eslováquia com Algarve e mar. Portanto com escassa protecção social, fáceis despedimentos, saúde pública periclitante. Tem o problema de metade da população trabalhadora ainda não ter mais do que o sexto ano de escolaridade, logo como produzir mais? O modelo deixa então de ser a Eslováquia e começa a ter algumas cores Filipinas...

É fácil dizer que Cavaco Silva tem culpas no cartório. Talvez a história económica peça uma observação mais atenta destas coisas. Quando Cavaco Silva chegou ao poder o Portugal Privado estava pouco mais do que recém-criado, ou recém-voltado do Brasil. Lembro-me de Cavaco Silva a inaugurar... a IP-4 até Vila Real. Já muita água desde então correu debaixo das pontes. Portugal precisou de muito empurrão público para se reacender, e os privados agradeceram a boleia, oh se agradeceram. Por isso no que aos dinheiros portugueses diz respeito os Bancos e o Estado parecem como aqueles irmãos siameses, que não há como separar... O Estado alavancou os bancos e os bancos alavancaram o estado. Sucede que ninguém avisou que, em algum momento, a coisa era para parar. Que já havia Auto-Estradas que chegue. Que o Euro-2004 era uma tolice saloia. E que um pais não consegue sobreviver eternamente construindo e consumindo-se a si próprio mas sem aparelho produtivo que preste. Adeus agricultura, pescas, indústria. Viva o Continente.
Querem os maiores culpados? É simples! António Guterres, José Manuel Durão Barroso e José Sócrates. Sendo este último um caso de polícia ou de internamento psiquiátrico por inimputabilidade, uma coisa ou outra....

Merkozy

Temos então no governo desta Europa em que afinal estamos um senhor hermafrodita que dá pelo nome de Merkozy.
Caracteriza-se sobretudo por uma enorme miopia, bem como um cerrado sotaque. Oferece-se a si próprio ursinhos de peluche. Nos intervalos despedaça gregos, portugueses, italianos.
Sucede que a vida agora não lhe tem corrido de feição. E um partizan ali das Termópilas fez-lhe uma espera, tipo referendo à população grego-espremida.
Eu até ficava contente, não fosse no meio desta merda foder-se o português-mexilhão...