domingo, 29 de novembro de 2009

50 à hora.

No de partir as pernas a alguém às vezes chega-se lá com a intenção já adiantada mas os factos anteciparam-se e o evento já aconteceu, foi a exposição inaugurada, etc.
Tal o acidente na Avenida da Liberdade havido com o "chefe da polícia", o... Sr. Dr. Juiz-Conselheiro-e-tudo Mário Mendes. Que a velocidade limite de cinquenta quilométros por hora não estava a ser cumprida por quem ia ao volante damos de barato. Acontece que o Mário também não levava o cinto de segurança posto. É esta uma prerrogativa das forças policiais, sempre eu pensei para maior mobilidade na perseguição ao vivo de malfeitores. Não estou a ver o Sr. Juiz-conselheiro-e-tudo de repente a mandar parar a viatura, saltar do assento pela porta fora e dar-ele-mesmo voz de prisão a um traficante que ali na Avenida estivesse a orientar uns embrulhos. Portanto, esta coisa do cinto... é a tal coisa. É para os outros! O limite de velocidade... é para os outros!
Estava atrasado para uma cerimónia importante, não é? Fosse mais cedo! Eu quando vou jantar a casa dos meus pais a Ovar, coisa de não somenos importância, também faço as continhas ao tempo, para não me atrapalhar ali na A-2...! Com o detalhe agravado de que pela ausência de cinto falhou-se a coisa de encarcerar um que outro membro inferior - perna partida, é o que eu digo... e a coisa acabou por ser bem mais grave... ao nível da face.
Bom, esclareça-se que desejamos ao Sr. Mário Mendes a melhor das recuperações. Alíás aproveito para desejar o mesmo a todos os Manéis, Josés e Marias que neste momento também estão a recuperar.. do que quer que seja nos hospitais portugueses, o mesmo é dizer nos hospitais de todo o mundo!
Agora vejamos,  porque há uma abundante casta de gente que, instigada por atitudes vindas de cima como esta, faz das estradas portuguesas uma guerra civil permanente e refere tropensativamente que tanto faz morrer a cento e vinte como a duzentos à hora, e que a Avenida da Liberdade é realmente extra-muros do condomínio em que todos nós hoje vivemos, como se na estrada os outros fossem apenas figurantes e portanto alvos a abater, temo dizer que este infeliz acidente no CENTRO da cidade de Lisboa acabará apenas por figurar - mais um - no anedotário da pequena política à portuguesa, em triste colisão com o anedotário da estrada à portuguesa.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Vicente Moura

"Quero sair pelo meu pé!", diz Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico Português.

Foi para estes senhores que este blog foi criado. Por nós...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

À confiança

Houve tempos, estou lembrado, em que a expressão "à confiança" era sinónimo de comércio mas também de comércio de boa casa, lugar onde se fosse cliente habitual e que, questionado sobre a qualidade, frescura, possibilidade de sucesso, culinário ou outro, de determinado item de montra, respondia: "Pode levar, à confiança!" À confiança...
Hoje à palavra "confiança" acrescentou-se a adjectivação "política", donde "confiança política". No país aqui do lado, o dos "nuestro hermanos", chama-se "tia política" à esposa do tio, irmão de pai ou mãe. É portanto uma tia que não é de sangue, não é bem a sério, lá teve que ser, o tio deu-lhe para casar com a tipa, meu deus, que fazer, a tomar tanta medicação, ainda por cima.
Derivando fronteira, isto da "confiança política" não podia ser coisa boa. E não é.
Engraçado que quando me falam de lugares de "confiança política" penso logo em lugares de estacionamento. A sério! Lugares onde estacionam pessoas que tu tens "confiança" que são da tua "política",  é isso! Existe um rumo, uma linha, um pêndulo de Foucault que superiormente nos rege. Daí depois a necessidade da "confiança" e que esta mesma seja... "política"... Há que ter a certeza que o desvio a ser não seja da "política" aviada como a correcta pelo andar de cima...
Mas também, vejamos, a palavra "con-fiança" não antevê já muitas destas situações de fixação de valores de certa forma elevados para que, após um equívoco ou outro, um destes "confiados" equivocadamente preso possa volta à liberdade, nem que seja com pulseira electrónica? Os gajos estacionam mas já têm um valor apenso, como etiqueta na Cortefiel, duas etiquetas aliás, uma "o preço é x", outra "a fiança será...". Bem...

Ora define lá tu então o que é uma "fiança política"?

Melros brancos


Há demasiados melros nestas histórias repetidas. São melros brancos que sobrevivem ao calendário roxo das moscas. Para piorar as coisas, minuto a minuto, nasce mais um verme sobre a silhueta, escancarada, do espanto e nós assistimos a tudo, quase mudos.

Somos cruzetas vazias à espera de um par de calças, mas, teimosamente, carregam-nos de barretes e de cuecas. As coisas não deveriam ser assim.

Eu nunca fui caçador, mas os melros, que não são negros, impressionam-me.


- Abre, por mim, aquela janela sem paisagem! Vês alguém?

Diz-me, telefona-me...

"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!", assim dizia este nosso povo em tempos manjedouros.
Hoje em dia já ninguém liga a esta sabedoria em súmula, aos reparos contidos nestas frases soltas mas não iletradas deste nosso povo. Talvez porque os corredores e galerias dos centros comerciais irmanem demasiado e, a partir daí, o risco de tropeçar em alguém menos desejável apague o querer verdade na segunda parte do dito. Afinal andaremos todos demasiado ao mesmo e pelos mesmos sítios...
Mas, ora bem, podemos sempre usar o telefone, o telemóvel, portanto, que melhor forma de selar uma sá e pura amizade a não ser pela via do telefonema!
Então vá, diz-me a quem telefonas... que eu escuto quem tu és...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Gente que não presta

Tenho passado o tempo a tropeçar em gente que não presta. E essa gente vai-me saindo ao caminho vinda dos jornais, das têvês, da tsf e das cavaqueiras(?), mais ou menos politizadas, da circunstância laboral.

O problema é que não consigo habituar-me a isso. Acho deselegante que alguém queira deitar por terra, todas as coisas importantes em que sempre acreditei. Por isso, e porque os diospiros não são de confiança... vamos a eles, a elas e a todos ou todas que tenham comportamentos semelhantes ao das codornizes de Olivença.

Para já, rasguei a gravata. A medo, mas já o fiz. Não é por nada, mas, por estas bandas, nem os agrafadores são de confiança. Daí, o pequeno receio. Mas isso passa.

De Norte a Desnorte há muitos quixotes que, perante toda a indiferença do mundo, ganham a vida a matar Cervantes. É imprescindível agarrá~los pelas pernas e deixá-los cair, entre dois dedos de conversa e um molho de urtigas.

Vamos

Vamos falar de política, olé se vamos!

Ora esperem!