domingo, 31 de outubro de 2010

Não sei...

se rir ou se chorar...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O erro e a sua margem.

Vivemos suspensos deste melodrama orçamentado. Não falamos, não respiramos, estamos paralizados. No fim de tudo vão eles chegar à conclusão que sim, de que "temos papa", muita pouca papa, mas sempre vai dar para alguns, aprove-se portanto o orçamento.
Depois, vai-se a ver, e a comer a papa estão afinal os mesmos e um tempito mais, um tempito extra, e fomos nós que cedemos e permitimos, lhes démos a legitimação ao acreditar nesta história do "ainda bem" e do "vá lá que afinal foi aprovado"!
Sim, vamos cometer o mesmo erro, perdoar a vida a quem não a merece. Um erro, amigos, um erro, e um erro para o qual a margem neste momento já é nula.
Acabou-se o tempo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Serviço Nacional de Saúde não é gratuito...

O SNS e o facto de se dizer do mesmo "ser gratuito - tendencialmente" voltou a ser discutido na sequência da desastrada proposta de revisão constitucional emanada dos lados do PPC/PSD.
Acontece que o SNS não é gratuito, e tendencialmente é uma "curiosa palavra", como diria Mota Amaral...
Há uns tempos tive alguma dificuldade a explicar a uma doente como na sua conta de taxas moderadoras apareciam três ecografias quando só se lembrava de ter feito uma... o hospital cobrava-lhe três fazendo uma divisão "geográfica" do exame... Com a observação de três... "sectores" do corpo, pimba, três ecografias, o que dava no total aprox. vinte euros.
Claro que no "outside", na "privada", o exame deve custar mais do que o quádruplo, ok... mas a verdade é que não ficou de graça a uma doente que está em situação de desemprego de longa duração e portanto nem sei se o respectivo subsídio ainda recebe...

A terceira via à portuguesa.

O assalto, o esbulho, o incêndio é completo.  É engraçado toda esta polémica à volta da 1ª República, dezasseis aninhos imberbes e mal barbeados. O vinte e cinco de abril leva trinta e seis anos em cima.

O que vai sobrar deste país? Não sei. O défice de qulidade de quem nos tem governado é por demais evidente. Não sei o que vai sobrar deste país.

Noutros tempos eu diria que este país estava prontinho para um golpe de estado. E nesse sentido quase estaria a ansiar pelo mesmo, de modo a que finalmente onde o inimigo se tornasse mais claro. Como os tempos já não são de golpes de estado, no meio da confusão descubro que o inimigo me/nos tem rodeado.

Resta-nos esta originalidade, talvez a nossa última, a invenção deste populismo de esquerda em que estamos, tipo terceira-via-da-ponte-sobre-o-tejo, projectado ali perto da Covilhã, ou um pouco mais acima, em Maçada de Vilar...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

as guerrinhas dos cem anos

depois de cem anos, o que fica para comemorar? uma réstia de orgulho na mudança de bandeira? uma simples troca de fardas? um apear de cavalo entre batalhas? uma questão de honra? um gesto ideológico?
depois de cem anos, o que fica para comemorar? uma modernidade política? uma ideia estrondosa de serviço público? uma reforma civil? um discurso da memória simbólica? uma escola de cidadãos?

ou a evolução histórica da nossa identidade, tornada democracia?

depois de cem anos, que cultura, que História e que conquistas ficaram inscritas neste pedaço fundamental de país que não se encontra em nós, quando o olhamos?
depois de cem anos, quantos séculos se intrometeram entre o voluntarismo revolucionário do povo e a intransparência acomodada da nobreza?
depois de cem anos, que reformas sociais, que estabilidades e que justiças ficam para comemorar?

há cem anos, os republicanos decidiram que o reino carecia de mudança e hoje o que fica para comemorar circunscreve-se a um punhado de eleitos que, em alturas como esta, se aplaudem mutuamente, entre uma taça de champanhe e uma fatia de bolo-rei.

hoje, um simples orçamento, inventa torneios pouco saudáveis e toda a gente que ser rei da república.

os arautos noticiam guerrinhas de instante em instante e, de vez em quando, Passos Coelho grita: “ o Sócrates vai nu!”.

e tu, Passos Coelho, não seria melhor vestires qualquer coisa?

Nelson Ferraz in “Maia Hoje”, 08.10.2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O José.

Como foi possível que ele chegasse onde chegou? Porque o pusémos lá? Como não adivinhámos? Que relação foi esta entre um país e um povo vendido ao compra-e-vende e um homem que só sabe isso mesmo, vender-se, comprar-nos?
Como voltar atrás? Como esquecer tudo isto? Como sarar esta ferida aberta por onde o coração nos desapareceu e ficou um cartão de crédito a tapar a abertura, com uns talões para a gasolina a ajudar? Conseguiremos voltar atrás? Não sei. Às vezes, um número muito razoável de vezes, apetece-me ir embora e deixar este país para trás, este país que já não é meu, este país bonito, simpático e pouco inteligente, que se vendeu.
Vendeu, está vendido.
E agora, José?

p.s.: José é ainda o primeiro nome  mais frequente em Portugal, esquecendo as Marias... assim à primeira lembro-me logo do José Maria Nicolau, ciclista... agora a sério, a verdade é que foderam-nos dois Josés, o José Manuel e este...

domingo, 10 de outubro de 2010

Volta Saramago, nós te perdoamos.

Que pena tenho eu que o Saramago já não seja vivo, só ele para criar uma boa história à volta deste Orçamento 2011, um livro, já sabemos, com aquele toque de realismo mágico de origem tingido de ribatejanismos contemporizado com um que outro lanzarote (esta é nova...), enfim, transformado em libreto no ano a seguir, música de John Adams, ou do António Pinho Vargas, estreia em São Carlos Outubro de 2012, na primeira fila Strauss-Kahn, presidente do FMI, em transição para o Eliseu. E à sua direita... quem?
Como diria Artur Albarrã, o HORROOR, o MISTÉÉRIO, o SUSPEENSE!
E quem se fode é o MEXILHÃOO!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

meanwhile

Primeiro, vestiu-se de carne.

Depois vestiu-se de cabelo humano.

Primeiro, ninguém viu o pénis- sem prepúcio- de boi almiscarado, servindo de cinto.

Depois, ninguém reparou na estranha e repentina calvície dos políticos europeus.

Lady Gaga está, finalmente, pronta para vestir um Orçamento dos nossos.


Meanwhile, a RTP já começou a anunciar, em força, dois concertos de Tony Carreira para 26 e 27 de Novembro. Não se sabe, ainda, o que levará vestido.


Sócrates diz que vamos melhorar. O FMI diz que não. Coelho não se compromete. Sócrates, Coelho e muitos outros estão-se cagando para o bem-estar dos portugueses. Lutam, apenas, pelo poder.


Um dia, de todos eles se dirá que foram músicos, ou melhor: palhaços.