Qual é a importância que se defina alguém, ao apresentá-lo politicamente às hostes como "católico praticante"? Aparentemente nenhuma. Aparentemente não é o caso.
José Manuel Pureza é um... "católico praticante", deputado eleito por Coimbra e professor de Relações Internacionais e agora presidente do grupo parlamentar do BE. Sabemos que até as leis de Newton não são universais e que a relatividade será... algures relativa, mas o consenso "universal" é que a eleição deste neófito parlamentar para tão elevado cargo foi para criar uma ponte para o diálogo entre esquerdas, suponho.
Mas deve o BE já começar a dialogar? Há duas respostas possíveis para esta pergunta. Ok, sim e não, certo... adiante. Pode dizer-se que o parlamento é diálogo, donde ab initio há que dialogar. Sim, e a última legislatura foi todo um paradigma de diálogo parlamentar. Pode-se também dizer que o ponto de rebuçado aí está, novas eleições serão possíveis um ano destes mais próximo, e a boa ou má memória socialista destes meses de trevas seria condicionante de uma aliança pos-eleitoral, assumido como está que este PS ainda vai ganhar as eleições-que-se-seguem.
Mas está o BE portanto preparado para o poder? Para os jogos de poder? E a resposta é não. A terrível eficácia envenenadora dos jogos de poder só pode ser contrariada nos hipocampos e hipotálamos e hipogastros dos nossos políticos se à partida eles forem abastecidos durante anos e anos com espinafres democráticos dos mais fortes e potentes. Tal não aconteceu com a actual geração socialista no poder, e vejam onde estamos. Ora não é o BE dos partidos mais democráticos das portas adentro, certo? Não é. Está aqui portanto, creio eu, o grande equívoco actual do BE, ou dos seus quatro dirigentes de topo, Louçã, Portas, Fazenda e Rosas: o de que está tudo feito, a razão e a vitória é nossa, estamos quase lá, afinal onde estão as rédeas? As rédeas do poder?
Mas não, meus amigos, quem fez foi quem votou, ou já se esqueceram? O Bloco é um partido político, legalmente falando. E velho de dez anos já. Era diferente, diziam. Na temática? Sim. Na apresentação das falas? Não, um pouco original talvez... E internamente democrático, convulsivo, remexido, nervoso? Bom, vamos lá a ver, também não pode ser demasiado se não, "não é prático..."!
Meus senhores, mais do mesmo não, só porque mais à esquerda...
Até porque estes dias não estão para missas, mesmo que cantadas...
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