Jantei recentemente com amigos num restaurante deste grande Porto. Na mesa que me destinaram constava um rapaz com penteado à Sakamoto que era vice-cônsul - não vou dizer de que país para não estragar a coisa - e percebi que o era porque o cônsul era seu pai. Adepto de um profissão liberal, não renegava alguns maneirismos da mesma, estilo avant garde mesmo. No entanto as suas opiniões sobre os nativos que lhe teriam oferecido o vice-consulado raiavam o racismo. A história, a memória de muitos corrigia-a ele entre duas garfadas. E os vinhos eram óptimos. Uma amiga minha psiquiatra e certamente ou não fascinada com o personagem foi sacando opiniões sobre isto, aquilo, etc. E lá chegámos à Europa, as quotas, etc. Imigrantes a aceitar seriam todos os de leste que ainda não pertencem à UE, isto é, não queremos nem romenos nem búlgaros (como se fôsse possível, já agora). Numa análise rápida ao Mar Negro ucranianos sim e obviamente, então, tás a dormir? turcos não, nem pensar.
Muito haveria a dizer sobre esta história. A Europa perdeu o norte, podemos dizer assim, mas na realidade o que está a perder é o sul. E Portugal que não se esqueça que é o sul da Europa, donde isto é connosco. Esta merda sempre acabará por nos salpicar. Nunca as migrações funcionaram com regua e esquadro.
Uma coisa é abominar a conversa ouvida, outra coisa é não... perceber o que ali anda.
Comi muito bem, mas ficou-me aquele gosto amargo na boca...
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Há 12 horas
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