sexta-feira, 25 de março de 2011

Alea Jacta Est

Agora que Portugal está em falência técnica e política, tudo só pode melhorar. Só pode melhorar tudo! Circular pelas manhãs no sentido do emprego, da escola da filha, nestes últimos dois dias, permitiu-me ver ou adivinhar, o que vem a dar no mesmo, gente do meu país preocupada, tensa, falha de sorriso, mas aliviada. Eu ainda gosto da gente do meu país. Pelo menos duma maioria, que será talvez pequena mas ainda será a maioria. José Sócrates vai passar à história. E esta minha gente vai providenciar para que assim aconteça. Eles, os tensos, os preocupados mas de queixo levantado e prescrutando o ar em frente, os "portugueses de olhos castanhos", lembraram-me aquelas bulhas no recreio, quando o miúdo mau te encostava contra a parede e já não tinhas como escapar. Acossado e ferido, sabendo que não havia como fugir, lembravas-te de um ou dois truques - sendo a joelhada nos tomates uma boa opção, por ex. - e conseguias dobrar o mau, afugentá-lo, e ganhar o espaço suficiente para fugir, escpaar, ocasionalmente até quebrá-lo, atirá-lo ao chão. Depois gritavas a tua fuga, a possibilidade renovada de um dia novo, e punhas-te a correr, a beber as cores do recreio, e a buscar a felicidade.
Oportunidade única, esta. Talvez o meu país não a deixe fugir.

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