terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Como acreditar? Como saber? (A Bela, o Monstro).

Em outros terrenos falei inda agora das mãos, suas tramas. E lembrei-me de uma aula a que assisti há muito tempo, há mais precisamente 27 anos, numa Faculdade neste país. Falava-se da "Mão". Enquanto topografia, conjunto articulado e orgânico como poucos do corpo humano, entrelaço de vasos, músculos, capas, ossículos sustentando, projectando. E gesto. Que é da mão sem o gesto que procura? Diz o jogo infantil "mão morta, mão morta, vai bater...". O professor que me deu aquela aula, deu-a quase como magistral, pois sabia-se que não ia terminar o ano lectivo mas antes prosseguir outras funções em território então português, que hoje não o é. Demitiu-se das mesmas quatro anos depois, por não se considerar talhado para "domar o tigre". Demorou portanto quatro anos a percebê-lo. Foi dos professores que marcou a minha Escolaridade. Com uma presença e uma verticalidade que me pareceu antiga, associadas a uma indisfarçável carga humanista que hoje a Faculdade que eu continuo a conhecer não tem. Um Homem, cerzido porém com algum excesso de secura. E cujo secretário nas funções que aconteceram em sequência e em aventuras posteriores enriqueceu exponencialmente et pour cause. Provas? Não as tenho, claro. Conheci um, e outro. Cheirei-lhes o perfume. A difícil, a inconcebível mistura. Não me apercebi então que, em primeira fila, assistia a um exemplo claro do Drama deste País.

Desconheço por completo que relacionamento mantêm hoje Professor e a Criatura em questão. Espero que nenhum. O Mal, entretanto, ficou feito, Q. E. D.

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