sábado, 16 de janeiro de 2010

Os casamentos de Santo António

Curiosamente os casamentos de Santo António, uma iniciativa civil - do Diário Popular - em tempos em que estas coisas não podiam estar tão longe do religioso como hoje, foram reeditados por aquele monstro sagrado do socialismo chamado João Soares. João Soares, uma espécie de Mickael Carreira da política ao contrário, pois ainda é mais feio do que o pai, e nem um nem outro cantam de jeito, que se saiba. Um sempre chateou e nunca serviu para nada, hoje chateiam os dois.
Ora mais esta parva polémica só vem alimentar esta minha vaga suspeita sobre o pânico que subjaz a todas as resistências, havidas e por haver, ao casamento homossexual. O que nos chateia a nós, heterossexuais em toda esta coisa? O que me atrapalha a mim? São duas perguntas, e tentarei responder à primeira.
Aos heterossexuais julgo que a coisa está neste desejo de normalidade, de igualdade, não tanto de direitos mas até mais de procederes, de rotinas, de tachos e panelas (sorry...) e micro-ondas e plasmas e copos-de-água em solar de Ponte de Lima e luas de mel na Dominicana (Haiti ao lado...). Assusta-nos esta procura ansiosa da vulgaridade e de uma norma que julgávamos só nossa por parte dos homossexuais. Norma que interiormente teremos aborrecido? Não é que eles queiram ser iguais a nós. Eles são! E querem casar com a ajudinha do Santo António, e oferecer o ramo a... ah, isto não pode ser, o Padre Melícias não deixa - adiante, eles querem (horror!) cortar a gravata, leiloar a liga (desmaio!!), afogar as famílias com o assombro da quantidade de marisco e a qualidade dos digestivos, etc., etc., etc.
O que me atrapalha a mim? A mim? Nada. Nada!

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