se esses senhores tivessem os seus familiares desempregados e em
tormentas matemáticas
económicas e trapézicas para conseguirem os mínimos
olímpicos da sobrevivência difícil
e se as suas paisagens tivessem as mesmas cores monótonas
cinzas negras dos quotidianos dos outros nós…
se esses senhores fossem empresários normais com uma
vocação vulgar para o trabalho em circunstâncias e desafios enormes e
complicados e sem apoios e sem compreensões e sem a mínima das mínimas perspectivas
de serem ouvidos ou tratados como gente…
se esses senhores fossem trabalhadores normais daqueles
que saem todos os dias de suas casas cumprindo uma roda gigante de predicados
vários e de incompreensões também várias e que mesmo assim não encontram
refúgio para as suas tristes jornadas cheias da frustração permanente de não
verem as suas vidas nem as dos seus patrões abrangidas pelo sucesso…
se esses senhores fossem cidadãos normais daqueles que
gostam da pátria mas a sério e sem memorandos desentendidos…
se esses senhores
fossem inteligentes normais pessoas principalmente pessoas e tivessem um
minuto um só minuto de lucidez apartidária desinteressada e sã…
talvez isto não estivesse tão assim.
in "Maia Hoje", 22.06.2012
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