domingo, 24 de junho de 2012

se







se esses senhores tivessem  os seus familiares desempregados e em tormentas matemáticas
económicas e trapézicas para conseguirem os mínimos olímpicos da sobrevivência difícil
e se as suas paisagens tivessem as mesmas cores monótonas cinzas negras dos quotidianos dos outros nós…

se esses senhores fossem empresários normais com uma vocação vulgar para o trabalho em circunstâncias e desafios enormes e complicados e sem apoios e sem compreensões e sem a mínima das mínimas perspectivas de serem ouvidos ou tratados como gente…

se esses senhores fossem trabalhadores normais daqueles que saem todos os dias de suas casas cumprindo uma roda gigante de predicados vários e de incompreensões também várias e que mesmo assim não encontram refúgio para as suas tristes jornadas cheias da frustração permanente de não verem as suas vidas nem as dos seus patrões abrangidas pelo sucesso…

se esses senhores fossem cidadãos normais daqueles que gostam da pátria mas a sério e sem memorandos desentendidos…

se esses senhores  fossem inteligentes normais pessoas principalmente pessoas e tivessem um minuto um só minuto de lucidez apartidária desinteressada e sã…

talvez isto não estivesse tão assim.




in "Maia Hoje", 22.06.2012

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