quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ray Bradbury (1920-2012)



“Na confusão, Montag apenas teve um segundo para ler uma linha, mas essa linha brilhou no seu espírito durante todo o minuto seguinte, como marcada a ferro em brasa: «O tempo adormeceu sob o sol da tarde».
– Montag, chega aqui.
Os dedos de Montag fecharam-se como lábios; apertou o livro com um fervor selvagem, com uma súbita demência, contra o peito. Os homens, lá em cima, lançavam braçadas de revistas no ar poeirento. Elas tombavam como aves massacradas e a mulher, em baixo, conservava-se imóvel, como uma criança, no meio de cadáveres.”
Bradbury, Ray in Fahrenheit 451, (publicado em 1953)

Deste autor, apenas li este livro. Fi-lo umas três ou quatro vezes.
Encontrei, sempre, algo de novo e de velho, de certo e de errado nessas páginas cheias de metáforas e ficções(?), desconcertantes, sobre a condição humana.

Paralelamente ao Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley - onde uma sociedade do tipo totalitário, tecnicista, mecânico e desprovida de alma se alimenta dos seus padronizados e minúsculos horizontes – em Fahrenheit 451 promove-se uma destruição opressiva e apocalíptica da cultura e da liberdade do ser humano e da sua própria história.
Estes dois livros servem-nos o medo de uma forma extraordinária e preocupante.
Os livros, todos os livros deveriam ser queimados.

“Fahrenheit 451 – a temperatura a que um livro se inflama e consome…”

Bradbury morreu. Viva Montag.

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