somos intoleravelmente tolerantes e toleramos o ponto as pontes e as pontas
e damos tolerância ao fanatismo austero de intolerantes figuras que nos complicam
o abecedário linear da sobrevivência.
somos intoleravelmente tolerantes porque achamos graça
à difícil conjugação do verbo tolerar. simplesmente por isso.
assim: eu não tolero mas tu toleras
e por causa disso todos nós toleramos sem eu querer
esta monotonia frustrada de uma gramaticalidade errónea.
tens razão: nós são mais do que eu
e isso nota-se nas curvas das estatísticas e nos substantivos de tolerância colectiva que as notícias afirmam ser verdade.
somos intoleravelmente tolerantes e por causa disso
toleramos o ponto final que nos diz: chega.
mas como perceber a nossa tolerância ao ponto de interrogação
que pontua a democracia?
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