segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

da insanidade




quando um ser humano está sujeito a estas situações de indignidade
que outro ser humano resolve promulgar…
é porque todos os mecanismos sociais e morais que costumam
suportar os quotidianos das pessoas falharam vergonhosamente
numa catadupa de decisões obscuras, frias e austeras
onde a insanidade consentida tem lugar cativo.

proíbam os bebés de usar fraldas
proíbam as dentaduras, os óculos, as bengalas
proíbam  as perucas, as lacas, os sabonetes
proíbam as pastas de dentes, os lavatórios, os bidés
proíbam os guardanapos, as toalhas, os toalhetes
que os tempos não estão fáceis.

e subam, outra vez, os impostos
e subam, mais uma vez, os impostos
e subam todos os impostos
que os tempos não estão fáceis.

a insanidade é uma coisa fantástica:
ganha eleições, governa pessoas e tem uma voz
escancaradamente surda e grosseira.

quando um ser humano está sujeito a estas situações de indignidade
que outro ser humano resolve promulgar…
é porque existe a certeza de que tudo é passageiro
e de que essa gente
tem sempre lugar garantido
na rua ou num hospício.

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