terça-feira, 20 de abril de 2010

Assim não vamos lá

A política, sabemos bem, tem regras, as mais das vezes não escritas, ou subscritas em livros ínvios que correm por aí e que tratam de uma tal "Arte da Guerra" ou de um elogio de "Il Príncipe" e por aí adiante. O "Principezinho" não consta como ideário nestas lides.
Não conheço bem o percurso profissional de João Semedo mas tenho dele as melhores referências, o suficiente para dizer que nele posso ver a excepção à infeliz regra de que médico político afinal nem numa nem noutra coisa será bom. Não pode porém o relator da Comissão de inquérito ao caso TVI exprimir em entrevista explicitamente as suas convicções de culpabilidade do governo quando nem uma testemunha foi ainda ouvida. Não pode. Eu sei que só relata, eu sei que não é ele a decidir, eu sei que o gajo que relata só etc e tal, que a carrinha tem quatro rodas e o volante é à esquerda. Mas não vai haver conclusão por ele relatada que não vá perecer perante os ataques via PS de suspeição iterada. Que aliás já foi expressa (a suspeição) se não me engano hoje.
Ser boa pessoa não chega. Ser óptima se calhar ainda menos. Ser politicamente incorrecto tem os seus momentos. É como dizer um palavrão ou mandar foder alguém. O timing é (quase) tudo. Ter razão não basta, senão não havia eleições, era só ter razão...
Esta era a oportunidade para apertá-los, certo? Meu amigo, eles já foram embora, e foste tu que lhes abriste a porta.

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