Dantes é que era bom aplica-se á praia do Furadouro e a poucas mais coisas. Porque eu acho que o Vinte e Cinco de Abril foi impecável, e passo a explicar. Pudemos eleger em livres eleições Durão Barroso e José Sócrates e Pedro Passsos Coelho. Inventámos Cavaco Silva, Mário Lino, Pina Moura e Vitor Gaspar. Pusemos o Eduardo Catroga a viver da mais cara sopa dos pobres da Europa. Mas também quase colocámos o Miguel Esteves Cardoso no Parlamento Europeu (depois foi outro MIguel...) e demos uma vitória santa a Sá Carneiro, e derrotámos Soares Carneiro e Freitas do Amaral mais seu sobretudo verde azeitona. Gostamos e não gostamos do Mário Soares, o que me parece justo. Sem o Vinte e Cinco de Abril não teria sido possível o Independente nem a Kappa, o Ar de Rock nem 1º disco do Abrunhosa, a Gabriela nem o Casarão, e Herman José teria emigrado. Tivemos direito à Casa Pia e a inúmeros casos de corrupção imensa que, pelo menos, entreabertos foram, e eu ainda acredito que o gajo de Oeiras - o concelho com maior qualidade de vida do país - irá de cana! Antes, a corrupção não era necessária, bastava o cartão da União Nacional e serem os ordenados uma espécie de RSI universal integrado. A 5 de Maio de 1974 o ordenado mínimo nacional passou para... 16,5 euros! Antes, não havia. E as mulhers só se ausentavam do país com permissão do marido, e só votaram pela primeira vez em 1969, e facultativamente, o marido podia representá-las. Enfim ,devemos ao Vinte e Cinco de Abril sermos hoje um país assim como que para o normal, com a Mariza, os Deolinda e o Rui Reininho, e as telenovelas da TVI, com um prémio Nobel que poucos leram que morreu apaixonado por uma espanhola e uma fundação Champalimaud para a ciência médica que é dos melhores lugares na Europa onde trabalhar - vista para o rio - mas que muito poucos portugueses algum dia irá tratar. Destruimos o Algarve (hotéis) e o Minho (fábricas, casas), ficou Trás-Os-Montes e o Alentejo. Emigrámos, voltámos, retornámos, estamos outra vez a sair mas hoje é diferente...
Agora, como país normal que somos, temos de ver que a coisa não piore, e que um dia nos transformemos num país bom...
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