quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Afinal quem ganhou?


De vez em quando, ouvem-se coisas fantásticas como, por exemplo, histórias sobre regiões que são autónomas, separatistas, independentes e que, ao mesmo tempo, buscam de outras gentes de outras regiões (centrais), os materiais financeiros para os seus desígnios gastadoiros com que se pavoneiam, década após década, em nome de uma monarquia quixotesca.

Só que um dia, alguém se lembra de dizer que o rei, afinal, não vai nu porque, simplesmente não existe rei, nesse tipo de paragens.
Foi o que, de certa forma, aconteceu antes desta eleições da Madeira.

No entanto, o povo, chamado a escolher, prestou, mais uma vez, vassalagem a um tipo muito peculiar de governo que, muito para lá do défice financeiro que foi fomentando, desenvolveu um outro – bem mais preocupante – relacionado com o pluralismo político e social que devem assistir qualquer exercício de poder.

No fundo, não me parece que o povo tenha culpa destas situações que se prolongam, até porque, é notória a infindável influência do doutor Jardim no quotidiano de muitas famílias. E isso explica uma boa parte destes resultados.

Mas, daqui para a frente, talvez haja um despertar cadenciado de consciências, bem no interior de tais cortes tão homogéneas no acatar das repetidas carências de transparência social.

Se assim for, quem ganhou, afinal, perdeu. E todos os outros, mesmo os que votaram a continuidade, poderão considerar-se parte da vitória.



Nelson Ferraz  in “Maia Hoje”, 14.10.2011

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