segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Vivemos então num Mini-País.

Este mini-país, estranhamente, conseguiu produzir alguém com a altura, o peso e o perfume de Manuel António Pina (MAP). Estou a reler a sua poesia, coligida pela Assírio & Alvim, e estou estupefacto e arrependido. A geração de setenta foi efectivamente muito abundante em grandes poetas. E, contra mim falo, só recentemente comecei a aperceber-me do enorme lugar cativo que nessa geração, a dos nascidos nos quarentas, até por algum contraste, possui o MAP. Desses poetas outros há (ou houve) mais barulhentos, comentados, protestados, talvez daí a minha distração. MAP ressuma modéstia, distância, recolhimento e, porém, também abertura, um sempre diálogo, um certo tipo de paz. 

Triangulado entre Pessoa, Kafka, o Oriente e muitas outras Coisas que eu não sei, a sua poesia, nascida retintamente neste mini-país, é Maior.

Pequenos, muito pequenos, e porém demasiado grandes - bem eu queria não os ver - são os nossos governantes. Ainda bem que técnicos vindos do estrangeiro estão a ajudá-los. As ajudas de MAP eram escritores vários e muitos, alemães uns quantos até, já agora. vazados em livro.

Entre dez mil outras razões uma que diferenciava bem MAP era o medo e a sua coragem em tê-lo.

"Serei capaz / de não ter medo de nada, / nem de algumas palavras juntas?"

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