sábado, 27 de agosto de 2011

Troika


Quando se troika, sistematicamente, uma bomba de gasolina por outra bomba de gasolina a alguns metros de distância, algo deveria ser feito no sentido de estudar as razões mais profundas para a vulgaridade de tal acontecimento.

20 de Agosto de 2011:
Numa delas, a 95 custa 1,305 euros o litro.
Na outra, paga-se 1,579 euros pela mesma quantidade.

Uma fica em Espanha. A outra, em Portugal.
Uma está sempre cheia e com filas constantes.
A outra, sempre vazia.

Creio que, na bomba portuguesa, os pouquíssimos clientes serão, apenas, de dois tipos diferentes:
- os que são apanhados de surpresa pela falta iminente de combustível
e
- aqueles que, por vários motivos (profissionais ou não), não tiram dos seu bolso o valor do abastecimento.

Claro que a troika acaba por ser muito vantajosa para a concorrência espanhola, mas, o que mais impressiona, neste caso tão normalizado, é a nossa política engraçadíssima de preferir não vender, a ter que baixar os preços.

Hum… haverá alguém, neste país, que consiga ganhar com isso?


Nelson Ferraz in “Maia Hoje”, 26.08.2011

Sem comentários:

Enviar um comentário