Não deixa de ser curioso que um país que não é capaz de dar emprego, estabilidade e objectivos aos seus cidadãos tenha, depois, a lata de lhes pedir, em forma de captação de poupanças, o dinheiro que outro país lhes permitiu juntar.
Quando se troika, sistematicamente, uma bomba de gasolina por outra bomba de gasolina a alguns metros de distância, algo deveria ser feito no sentido de estudar as razões mais profundas para a vulgaridade de tal acontecimento.
20 de Agosto de 2011:
Numa delas, a 95 custa 1,305 euros o litro.
Na outra, paga-se 1,579 euros pela mesma quantidade.
Uma fica em Espanha. A outra, em Portugal.
Uma está sempre cheia e com filas constantes.
A outra, sempre vazia.
Creio que, na bomba portuguesa, os pouquíssimos clientes serão, apenas, de dois tipos diferentes:
- os que são apanhados de surpresa pela falta iminente de combustível
e
- aqueles que, por vários motivos (profissionais ou não), não tiram dos seu bolso o valor do abastecimento.
Claro que a troika acaba por ser muito vantajosa para a concorrência espanhola, mas, o que mais impressiona, neste caso tão normalizado, é a nossa política engraçadíssima de preferir não vender, a ter que baixar os preços.
Hum… haverá alguém, neste país, que consiga ganhar com isso?
Bom, tenho andado calado. Mas de espanto. Álvaro Santos Pereira e Vítor Gaspar têm dados nas vistas mas não propriamente pelas razões mais adequadas. O pior é que estes nem rimam - ao menos antigamente tínhamos os Pino y Lino...
O facto é que enquanto Vítor Gaspar tem clones espalhados pelas mil e uma esquinas que este país tem - para nos sacar mais algum extra, Santos Pereira afinal quer um TGV de mercadorias - com que dinheiro, Santo Deus? - e o outro, ainda vai pensar! Setembro os áugures dirão!
O pior é esta mania que os jornalistas têm de querer fazer perguntas! Ná, pensa o Álvaro com os seus buttons made in Vancouver, o meu amigo José Blanco, o espanhol, que responda por mim, por isso eu vim aqui a Madrid falar com ele, - será que ele te entendeu mesmo, Álvaro? Será que alguém te entende?
Será que isto é já o velho fenómeno M&M's aplicado à triste realidade portuguesa : tudo a Mesma Merda?