domingo, 27 de fevereiro de 2011

sou contra

sou contra o facto de alguns jogos de futebol transmitidos pela televisão terem um contador de velocidade para os remates fortes em direcção à baliza.

sou contra porque só alguns remates fortes têm direito à informação da velocidade.

sou contra o facto de nenhum governo deste país ter um contador de velocidade para sabermos com que rapidez é esbanjado o dinheiro roubado aos cidadãos.

sou contra porque só os pequenos contribuintes têm direito a contadores de velocidade para os impostos que lhes são arrancados.

sou contra o facto de não haver contadores de velocidade para que saibamos minuto a minuto qual o ritmo de crescimento da banca e dos seus intocáveis senhores.

sou contra porque também não há contadores de velocidade para medir a desilusão das pequenas empresas e dos pequenos empresários quando recebem os “nãos” institucionais aos seus pedidos de ajuda financeira e comercial.

sou contra o facto de algumas legislaturas terem contadores de velocidade para a cadência com que pêésse e pêéssedê trocam de posições nas cadeiras do trono.

sou contra porque não há contadores de velocidade para a nossa estranha mania de não experimentarmos outras opções tecnicamente possíveis.

sou contra o facto de alguns debates públicos transmitidos pela televisão e afins terem um contador de velocidade para o desencanto a tristeza e o pessimismo da nossa gente. sou contra porque não há contadores de velocidade para as montanhas de mentiras que os protagonistas desta catástrofe conseguem vestir de normalidade.

sou contra o facto de toda esta situação medíocre ter um contador de velocidade política para medir as arrogâncias como se fossem genialidades mesmo quando não vão em direcção às balizas.

sou contra porque não há contadores de velocidade para todas as respostas convenientes que o povo por enquanto amontoa e esconde.

sou contra todos os contadores de velocidade porque todos os contadores de velocidade estão viciados e não servem absolutamente para nada.

Nelson Ferraz in “Gondomar Económico”, Fevereiro de 2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Vaca Sagrada e o boi...

Quinta-feira à noite, num debate promovido pela Associação Campo Aberto, discutiu-se o PDM da cidade do Porto. E, a propósito da Via Nun'Álvares, coitadinha, o vereador do PS Correia Fernandes resolveu dizer que o Parque da Cidade "não era nenhuma vaca sagrada", pois por ex. o Central Park de Nova Iorque é atravessado por avenidas e mais ruas... Acontece que o Central Park é quatro vezes maior e tem efectivamente quatro ruas que o atravessam, a um nível diferente do terreno, para iludir impacto visual. Estas ruas na prática "subdividem" (embora com ampla comunicação) o Central Park em áreas cada uma do tamanho dum Parque da Cidade, por aí... Enfim, bestas! Ainda bem que o vereador do PSD João Diogo Alpendurada resolveu referir - a meu ver atempadamente - que o "processo de planeamento tem de caminhar para o robustecimento técnico e para a participação da sociedade".
Ora nem mais... fiquei esclarecido! Amplamente!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mais cinco milhões para a cultura e as próximas eleições...



E não há como garantir um beija-mão cultural para as próximas eleições, tendo em atenção os antecedentes PSD - ver Rui Rio - e que o dinheiro do jogo é "inesgotável", pois em Portugal tudo joga minha gente, pois não há outra saída...
Pode fazer a diferença...

Moral da história: sim, eu também quero que o resto do mundo conheça a Carminho e o Olavo Bilac...

Zapatero e Contador.

Eu sei que esta vai com atraso, mas...alguém me explique que órgão sexual masculino é que Zapatero tem a ver com a culpabilidade ou inocência do ciclista Alberto Contador, afinal tremendamente inocente e a correr este fim-de-semana na Volta ao Algarve?
Tendo em atenção a depressão colectiva espanhola actual, Contador é o quê? Pão? Circo?
O socialismo, lá como cá, está reduzido à sua mais mínima expressão, que é nenhuma...

O pote? Meus senhores, o pote?!? Ele disse mesmo o pote?!?!?

Só hoje tive oportunidade de reler a piada do mês - until proven otherwise - a de que o "PSD não está cheio de fome e de ir comer ao pote" , ou coisa que o valha, dita pelo PPC.
Valha-nos Deus! Assim vamos de metáforas políticas!
A bitola é simples: ponham Sá Carneiro a dizer estas palavras, ponham1 Ou sequer o "morto" Cavaco Silva! Não, pois não? Curiosamente, eu imagino numa espécie de imagem em espelho o Zé Sócrates a dizer algo de parecido, de similar, de igualmente escabroso! O que acontece é um estar contente porque foi o outro a dizer merda1 "Foste tu, não fui eu..."
Eu acho que até se telefonaram anteontem à noite....

Inglês - 2º grau.

Bom, finalmente vou contar-vos como, por agora, terminou a contenda entre a família Gama Marcos e uma determinada professora de Inglês. Portanto, estão todos lembrados que a dita professora se recusou a reunir com os pais da criança humilhada. Logo depois teve uma conversa surreal com a minha filha onde, suponho que com umas pancadinhas nas costas, foi dito que “deixa lá, estas coisas também me aconteceram a mim", "tens que estudar mais", e "tudo isto faz parte do crescimento”. A minha filha ficou parva, e eu também. A reunião tida 24h depois com a directora de turma, professora de Português, foi unidireccional: todos concordamos embora usando fraseologia diferente, que a professora de inglês da minha filha é efectivamente uma besta.

Mais disse a directora de turma que alunos como a minha filha precisam de imenso apoio familiar, e que assim uma humilhação como a acontecida é logo bem resolvida. À pergunta “e se a miúda não tivesse bom apoio familiar?” não houve resposta adequada, sim um sorriso oblíquo. “E se a minha filha voltar a ter negativa em inglês?”. Aqui quase me foi garantido que essa hipótese was out of the question… (!). Tipo: só se ela entregar o ponto em branco...
Fomos ainda informados que já no ano passado a nossa amiga professora de Inglês tinha dado aulas ao 7º ano e que ela não tinha transitado para o 8º por intervenção dos pais. Por outro lado foi dito que enfim “na escola pública não se pode escolher os professores”, e que “o conselho executivo passa horrores para resolver situações como estas”. Como remate caiu a inesperada pérola de que, “no ensino privado era diferente, os professores são entrevistados e escolhidos, logo nada disto acontece”, “por exemplo, o meu filho tem dificuldades especiais que eu me cansei de explicar aos meus colegas ano após ano, logo, tirei-o da pública, que remédio, agora tudo está melhor”. Não percebi. E percebi muito bem.

Portanto: alínea a: escuso de trabalhar mais o inglês da minha filha porque o ano está garantido. E, alínea b: é melhor carregar mais uns turnos porque ela vai ter de sair da escola pública, a conselho desta!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Provocação, por vocação.

Sócrates quando explica seja o que for.
Os outros todos quando, distraídos pela emoção ou pelos copos, nos dizem que "só" querem o bem de Portugal.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

I love the smell of napalm...

Sócrates afinal não despede ninguém porque tem de defender o seu povo...

Vamos todos ser tipo alemães?

Parece que a Angela Merkel e o germanófilo Sarkozy vão reformar a estrutura financeira desta velha Europa um pouco mais à sua imagem e medida.
So, you thought there was a free german lunch? Que os alemãos vão reformar-se só aos 67 por puro capricho e não se importarão que os outros europeus passem a andar grátis de eléctrico tipo 5 anos mais cedo? Acham que vai ser a Merkel a salvar  o nosso Serviço Nacional de Saúde e a nossa Segurança Social? Não... vamos ser nós, e ela vai explicar-nos como! A semana passada Angela Merkel foi a Espanha literalmente à procura de cérebros espanhóis. Após o primeiro choque - quase anafilático - provocado pela notícia, eu pensei: "bom, afinal nós vamos ser tipo uma espécie de RDA mas tipo primo afastado, e assim o dinheiro vai continuar a fluir lentito, e vamos ter de aprender a ser como eles, tal como a RDA aprendeu...". Claro que para a RDA tudo foi mais fácil, eles já eram alemães, estavam era um pouco esquecidos...
E, nesse futuro não tão longínquo em que viveremos nos Estados Unidos da Alemanha - EUA - a mobilidade das gentes acabará por ser tão óbvia e fácil como nos EUA - versão original... - embora a nossa candidatura a Florida da Europa tenha muita gente à nossa frente...

A professora de Inglês da minha filha.

Para infelicidade minha fui um óptimo aluno. Para infelicidade minha que não vou explicar, e da minha filha, que não obtém, do pai que lhe calhou em rifa, a melhor das compreensões para os seus 'fortúnios' ou infortúnios escolares.
Anda a minha filha no 7º ano. No 1º trimestre teve 4 a Inglês, nota que, avaliando eu os seus conhecimentos e os resultados dos testes, me pareceu um exagero da professora. Podia ser uma aposta, um crédito, etc. Mas não podia ter o desfecho que teve. No 1º teste deste 2º período a rapariga teve 40%. Ao contrário do seu brilhante pai acontece que a miúda não puxa para letras, interpreta não muito bem, tem uma falta de léxico que arrepia, etc. Eu acho que ela irá ao sítio, etc., e está escrito que será aluna de '4's nas disciplinas de ciências, e de '3' nas de ciências. Esclareça-se que a minha filha não é nada burra. Só não cai p'ra ali...
Acontece que não havia necessidade de, na aula de correcção do teste, ter a minha filha sido obrigada a fazer ela a correcção de todo o teste, sob o gáudio divertido do resto da turma, com remoques, piadas e outros comentários depreciativos da professorinha. Segundo esta besta, a minha filha merece agora um '1', porque não se aplicou, etc. 45' de tortura psicológica à antiga. Na escola ninguém se aplica porque não lhes é dado tempo. O aplicar-se é depois em casa ou nos explicadores, ATL's, etc., que o/a aluno/a frequente. Eu sei que o teste foi uma caca. 60% dela. E que o ATL da minha filha está a precisar de desemprego. Mas a minha filha, e bem, sentiu-se injustiçada e, com duas testemunhas, foi queixar-se à directora de turma. Esta deu-lhe razão, e já teve duas conversas telefónicas coerentes com essa tomada de posição com a mãe da criança. A professora de inglês, afinal, no dia a seguir, pediu "umas desculpinhas" à minha filha, tipo "não ligues, no meu tempo também era assim, e isto é para arrepiares caminho"... Pedimos uma reunião com a professora que ela recusou, recusa a que, pelos vistos, tem direito...
Para a semana iremos reunir com a directora de turma. Na minha profissão não me lembro de alguma vez me ter recusado a falar com um familiar de um doente. Bom, posso ter-me recusado a falar com o 8º familiar...
A ver vamos. Reparem que em nenhum momento referi o óbvio, que é a minha filha andar numa escola pública...

Os preconceitos de Pedro Passos Coelho e os de Francisco Assis.

Pedro Passos Coelho (PPC) terá dito um destes dias que as empresas públicas com défice crónico deviam fechar. Àqui-Del-Rei! - disse paradoxalmente toda a esquerda! Paradoxo porque o dito é monárquico, e nem sei se está bem escrito, mas não tenho tempo para word spellings, ksfoda! Esta infl dos sms's... O que o PPC tinha, segundo Francisco Assis, era "um preconceito contra tudo o que é serviço público"! Penso logo nas siglas CP, REFER, REN, CTT, RTP e algumas mais quando se fala destas coisas de "empresas públicas com défice crónico". Em nenhuma caso vejo eu uma luz-guia, uma trajectória definida, um caminho traçado por qualquer uma dessas empresas - pelos seus dirigentes, gestores... - para que o buraco seja mais estreito, a percentagem dos meus impostos que para elas se dirige diminua, mingue. Peso por peso, estou mais do lado do PPC, e passo a explicar: comboio não uso, correios também não; televisão ultimamente não vejo. Sei que os gestores, vulgo cabrões filhos-da-puta, dessas empresas estão a rir com esta discussão e com a defesa da sua honra feita pela nossa famosa Esquerda Unida. Quero-os no desemprego.  Televisão? Cabo serve: CNN, Eurosport, Foxlife, DisneyChannel. Electricidade? Iberdrola, ao menos tem lá a mandar um gajo que eu conheço bem... Os comboios passam a ser geridos pela ARRIVA ou pela Resende, após concurso público. Desta uso da palavra "público" eu gosto. Pior não podem fazer.